Desvantagem aos debutantes | Boqnews
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Opiniões

22 DE SETEMBRO DE 2020

Desvantagem aos debutantes

Por: Humberto Challoub

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Com o início do processo eleitoral, a partir da oficialização das candidaturas nas convenções partidárias, postulantes aos cargos de prefeitos e vereadores dão início a propagação de suas propostas visando a conquista dos eleitores.

Com orientações mais restritivas para o uso dos mecanismos de publicidade e maior rigor no trato das questões contábeis, uma vez que as campanhas farão uso de recursos públicos destinados pelo fundo eleitoral, as normas vigentes acabaram impondo um grau maior de dificuldade às candidaturas que irão debutar neste pleito, principalmente aos candidatos interessados na disputa por cadeiras nas câmaras municipais.

Sem empresas e pessoas físicas na lista de doadores, os recursos a serem destinados às campanhas agora aparecem em montantes infinitamente menores e, por isso, acabarão sendo preferencialmente canalizados às candidaturas que buscam a renovação de seus mandatos, notadamente aos que conseguiram utilizar o tempo no cargo para estabelecer relações de interesses, consolidar a participação no meio político e ampliar suas bases eleitorais.

Da mesma forma, haverão de levar vantagem adicional os postulantes que, ao longo dos últimos anos, mantiveram a regularidade de exposição na mídia, participando com assiduidade dos espaços destinados pelos meios de comunicação e pelo uso constante das redes sociais, o que lhes permitiu construir uma audiência que agora poderá resultar em significativo adicional de votos.

Igualmente relevante a tendência de favorecimento aos candidatos que representarão interesses de segmentos específicos, como os religiosos, pois terão o aporte de votos de comunidades unidas em torno de propósitos comuns, que vão muito além dos ideários partidários.

Se, por um lado, as dificuldades impostas às novas candidaturas tornam a disputa desequilibrada, por outro, ela poderá revelar um lado positivo: reduzir consideravelmente a possibilidade de sucesso de oportunistas, sem representatividade política ou qualquer vínculo ideológico com seu partido, que se valiam somente do poder econômico para conquistar cargos de relevância política.

O atual processo eleitoral consolidará definitivamente as redes sociais como eficaz ferramenta de propaganda e importante espaço para o fomento do debate democrático, especialmente porque favorece a interação do eleitor, permitindo a construção de um futuro mandato compartilhado.

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