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12 DE ABRIL DE 2012

Diga-me com quem andas…

Por: admin

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Tem horas que o melhor mesmo é não acompanhar o que as pesquisas dizem, porque cada hora sai uma notícia diferente, que desmente a anterior. Primeiro era um estudo comprovando que pessoas que tem amigos obesos têm maiores chances de engordar. Agora, um novo estudo comprovou que se seus amigos são magros, o risco também é alto. Segundo os cientistas de uma universidade canadense, ao ver pessoas magras comendo, as pessoas se sentiriam mais tranqüilas para se jogar no prato também.


Até tem lógica, mas sinceramente, melhor desencanar dessas preocupações, porque selecionar amigos pelo que eles podem influenciar na sua dieta é um tanto esquisito. Se o problema é manter o peso, o melhor é investir numa dieta balanceada. De repente fazer amizade com um nutricionista pode ser a melhor solução.


Eu li isso nessa semana e logo conectei minhas idéias com os inúmeros discursos de consultório onde ouço que o meu problema é o meu marido. “Eu não me realizei porque meu pai não me auxiliou; os meus filhos me impedem de realizar tal projeto”, e por aí vai.


Toda sorte de reclamações são comuns aos mortais. O que seria de nós se todos os nossos desejos estivessem realizados? Sem dúvida,  ainda supervalorizamos muito mais os desejos não realizados  que são sempre encarados como uma perda. O mais grave : isso sempre ocorre  por culpa de outrem .


Na área da sexualidade não é diferente.”Meu parceiro ou parceira não é carinhosa ou carinhoso e não me dá atenção suficiente” são queixas trazidas como  causa de muitas disfunções até mesmo desencantamentos amorosos.


Nesses anos todos em que trabalho com sexualidade percebo que de tudo que defendo ou falo o que causa mais estranheza em quem me ouve é quando eu digo que cada um ou uma de nós é responsável pelo seu prazer e realização.


Não estou fazendo apologia do sexo livre tal qual nos anos 60 ,quando o mínimo de vínculo era valorizado,mas estou querendo chamar a atenção para o excesso de modelos idealizados que ainda permeiam nossa história e por muitas vezes são responsáveis pelos desencontros e separações.


Essa semana escutei de uma mulher jovem casada com um homem também jovem que estão tendo sérios problemas de relacionamento, que o motivo gerador de todos os seus problemas conjugais era que o marido não era o pai que ela sonhava para os filhos.Vejam bem o modelo de pai que “ela” sonhava, independente da realidade que eu sabia ser satisfatória para pai e filhos.


Quero ressaltar que os nossos ideais têm sempre que estar dentro de nós de uma maneira construtiva e agregadora, principalmente quando falamos em relacionamentos familiares e que as diferenças são sim o melhor termômetro para avaliarmos a nossa necessidade.


Com licença de todos vocês, alguns que talvez achem que o modernismo exige uma independência total, uma desconstrução de padrões, estou aqui fazendo apologia, e sem culpas ou medos da boa e velha estrutura familiar, não como uma instituição inquebrantável, mas como uma célula afetiva que tem seus momentos de frouxidão,  que tem também um alinhavo perene que é o afeto do bem querer e da boa vontade.

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