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Opiniões

18 DE SETEMBRO DE 2021

Diversificar a base energética

Por: Humberto Challoub

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A crise hídrica, que tem se agravado a cada ano, e as constantes elevações nos preços dos combustíveis ocasionadas pelas variações cambiais e oscilações no mercado internacional do petróleo, não deixam dúvidas sobre a necessidade de o País buscar novas fontes para atender a crescente demanda por energia elétrica, especialmente quando se almeja o crescimento econômico com a aceleração das atividades produtivas.

Está mais do que evidente que as riquezas a serem produzidas pela indústria petrolífera brasileira denotam uma oportunidade de caráter imediatista, uma vez que representam a sobrevida de uma base energética condenada por ser uma das principais responsáveis pela degeneração progressiva do planeta, por meio da emissão dos gases que ajudam a ampliar os danos provocados pelo efeito estufa.

Há, portanto, de se assegurar que os recursos provenientes da exploração das imensas jazidas das bacias litorâneas também sejam utilizados para o financiamento de novas tecnologias que venham, em um futuro próximo, substituir o uso do petróleo e seus derivados. Da mesma forma, atestou-se que as retóricas ufanistas que permearam os debates sobre a exploração petrolífera brasileira nas áreas de pré-sal em nada contribuíram para a formação dos conceitos necessários à tomada de decisões coerentes e adequadas aos interesses presentes e futuros da sociedade brasileira.

Nesse sentido, havemos de lamentar a ausência de políticas consistentes que direcionem e criem incentivos para ampliar os investimentos, em médio e longo prazos, na geração de modelos energéticos sustentáveis, entre os quais incluem-se os parques eólicos, sistemas de captação de energia solar e, sobretudo, a consolidação do etanol brasileiro derivado da cana-de-açucar como a melhor opção para substituir os derivados do petróleo.

A geração de riqueza por meio da exploração de recursos naturais pode ajudar o País a garantir suas demandas por energia e, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir seu débito social, porém terá pouca valia se prescindir da qualidade de vida que somente uma natureza saudável pode proporcionar.

Da mesma forma, é necessário combater os oligopólios formados ao longo de décadas que favorecem empresas interessadas na manutenção dos modelos atuais, que lhes rendem bons lucros e ajudam a patrocinam lobbies para dificultar mudanças estruturais por meio da introdução de novos marcos legais.

Eficiência energética e diminuição da emissão de poluentes terão cada vez mais importância em âmbito mundial, favorecendo a aceitação de produtos oriundos de sistemas que utilizam bases limpas e condenando os que se mantém atrelados ao uso de fontes sujas, que geram riscos a todo o planeta.

 


Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação.

 

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