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28 DE OUTUBRO DE 2019

Divisão mais que injusta

Por: Humberto Challoub

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Os recentes números revelados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) Rendimento de Todas as Fontes 2018, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dimensionaram a grande distância que separa os poucos ricos brasileiros do grande contingente de pobres distribuídos em todas as regiões do País. Enquanto a média mensal dos mais ricos ficou em R$ 27,7 mil, os mais pobres são obrigados a sobreviver com apenas R$ 153.

O estudo mostrou que naquele ano o desnível social foi ainda mais acentuado: a faixa de 1% dos brasileiros mais ricos obteve aumento real de 8,4% no rendimento médio mensal, enquanto os 5% mais pobres tiveram queda nos rendimentos de 3,2%.
Já se sabe que os poucos avanços nas áreas sociais conquistados nas últimas décadas derivaram quase que exclusivamente da implementação de programas assistenciais como o Bolsa-Família, que permitiu a inclusão no mercado de consumo de produtos básicos a milhares de famílias que viviam em níveis de miserabilidade.

Contudo, poucas iniciativas foram adotadas visando criar mecanismos definitivos de valorização da capacidade produtiva desse grande contingente populacional que ainda vive em condições precárias. Enfatizar, neste momento, a geração de renda por meio da ocupação de trabalhadores em projetos voltados à melhoria das condições de vida da população, como habitação, saneamento e infraestrutura urbana, é de fundamental importância e, por isso, deve estar entre as principais prioridades das autoridades públicas.

Da mesma forma, torna-se igualmente relevante a criação de estímulos à geração de empregos, especialmente com iniciativas que visem desonerar custos logísticos e tributários para ampliar o número de vagas nos mais diversos segmentos da atividade produtiva. Propiciar o aumento das oportunidades no mercado de trabalho resultará no fortalecimento da economia interna e, como consequência, na redução da grande distância que separa os poucos ricos dos muitos pobres brasileiros.

Também é fundamental estreitar parcerias com estados e, sobretudo, com os municípios, permitindo conhecer melhor as demandas e realidades das comunidades a serem atendidas, com inúmeras famílias que desejam menos complacência e mais dignidade. A população já entendeu que a desejada distribuição da riqueza interna não se dará por meio de retóricas populistas que permeiam os discursos políticos, mas sim com ações efetivas e contínuas que resultem em oportunidades para todos, sem exceção.

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