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Opiniões

06 DE NOVEMBRO DE 2016

Do vermelho ao azul

Por: Fernando De Maria

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Passado o segundo turno, já iniciaram as especulações sobre as eleições de 2018. Pelo menos entre os políticos, sempre ávidos em ocupar espaços de olho em novas posições e objetivos no xadrez eleitoral. E desta vez, como contraponto à queda vertiginosa do PT na preferência do eleitorado, o PSDB saiu-se como o grande vencedor, onde comandará 24% da população brasileira, índice que remonta aos anos 2000. Este percentual, é claro, deve-se também à vitória de João Dória, já no primeiro turno, na prefeitura paulistana, a maior do País.

Tal vitória, aliás, deve ser creditada ao governador Geraldo Alckmin, que bancou a candidatura do empresário, sofrendo críticas internas a ponto do seu ex-secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, sair do partido e migrar para o PSD, sendo vice da senadora Marta Suplicy (PMDB) na disputa paulistana. Ficou de fora do partido e, é claro, viu suas intenções políticas caírem por terra.

Diante dos resultados, fica evidenciado que o PSDB foi o partido que melhor soube angariar os votos do PT, que sofreu sua mais vergonhosa derrota. Das 638 prefeituras conquistadas em 2012, o partido da estrela vermelha ficou com 254 nesta eleição, tornando-se o 10º partido que mais prefeituras governará no País.

Símbolo da atual rejeição à agremiação partidária, resultado dos escândalos políticos que atingiram a legenda e tiveram maior reverberação junto à mídia. Não bastasse, o partido carregou a ojeriza às opções de esquerda como um todo, que tiveram um aproveitamento pífio no geral.

Enquanto isso, o PSDB governará 803 cidades, 15,5% a mais que em 2012, quando venceu 695 disputas. Apenas o PMDB o supera, com 1.038 prefeituras, mas perdeu força com a derrota no Rio de Janeiro, que ficará nas mãos do PRB, do senador Marcelo Crivella. Assim, o PMDB permanece líder, mas restrito a pequenas e médias cidades em geral.

Diante do cenário exposto, o PSDB surge enfim como o mais forte partido para governar o País a partir de 2019, caso, é claro, faça o dever de casa e realmente atenda aos anseios dos eleitores nos próximos dois anos.

Para tanto, porém, precisará vencer a vaidade interna que tanto afeta o tucanato. E a briga promete ser intensa: de um lado, o senador Aécio Neves sonha em concorrer novamente. No entanto, não consegue emplacar em Minas Gerais, onde foi governador, algo criticado no ninho tucano.

De outro, o governador paulista Geraldo Alckmin espera chegar ao Planalto, dando a volta por cima da vexatória derrota sofrida contra Lula em 2006, quando obteve menos votos no segundo turno que na comparação com o primeiro. E correndo por fora não se pode subestimar o senador José Serra, o eterno candidato.

Outro aspecto relevante será saber qual o impacto da delação premiada que Marcelo Odebrecht fará ao relatar o envolvimento de políticos, incluindo tucanos de alta plumagem, no recebimento de recursos ilegais, conforme já noticiado pela Imprensa. Resta saber qual impacto que isso terá nas pretensões dos envolvidos neste embate, que passará, é claro, pelo futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje réu de processos diversos, mas que não pode ser ignorado nem subestimado.

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