Doce e amargo setembro | Boqnews

Opiniões

05 DE SETEMBRO DE 2025

Doce e amargo setembro

Adilson Luiz Gonçalves

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}
Cada mês tem seus encantos e aflições. Alguns até têm sido tema de canções, filmes e lembranças doces ou amargas.
Setembro é um deles que, dependendo da geografia, marca o início da primavera, quando tudo floresce; ou o começo do outono, em que as folhas caem, numa morte que dará vida.
Talvez por isso setembro seja tão inspirador.
Uma amiga trouxe à lembrança “Sol de primavera”, de Beto Guedes: “Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos, quero ver brotar o perdão onde a gente plantou”.
Recordei de “Manhãs de setembro”, da saudosa Vanusa: “Eu quero ensinar o vizinho a cantar nas manhãs de setembro.”
Ambas são canções que falam de esperança na vida e no ser humano, cantadas por “sulistas”, inspirados no renascer dos tempos de primavera.
Para o Brasil, setembro também relembra nossa Independência de Portugal, embora, desde 1822, pouco independentes fomos, ora flertando com Inglaterra, França, Alemanha, EUA, URSS/Cuba e, agora, com a China.
Nesse mês, também houve o pior acidente radioativo de nossa história: o episódio do césio-137 de Goiânia, de 1987. Goiânia precisou ser amada em música.
No norte, setembro também inspira e deixa suas marcas.
O Green Day cantou “Wake up when september ends” (Acorde-me quando setembro acabar), tantas as tristes lembranças que o primeiro mês de outono trazia ao autor.
O Setembro Negro remete ao conflito sangrento entre as forças armadas da Jordânia e guerrilheiros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), ocorrido entre 1970 e 1971.
E como não esquecer os terríveis atentados de 11 de setembro de 2001?
No entanto, setembro também marcou o fim da Guerra da Independência das 13 colônias em relação à Inglaterra, em 1783.
Alexander Fleming descobriu a penicilina em 1928.
No cinema, ainda ao norte, mas num país em que o sol parece diferente, a Itália, “Quando setembro vier” (1961) é uma comédia romântica que uniu dois ícones da época: Rock Hudson e Gina Lollobrigida. “September Affair” (1950) é um filme romântico protagonizado por Joan Fontaine e Joseph Cotten, também tendo a Itália como cenário.
Músicas também foram dedicadas a setembro, por lá:
“See you in september” (Vejo você em setembro), do The Tempos, deseja o reencontro após as férias de verão. “September” do Earth, Wind & Fire fala de um amor que começou nesse mês e se consolidou pouco depois.
Setembro remete a lembranças tanto sombrias quanto luminosas. Seu próprio nome é ambíguo, na medida em que era o sétimo mês do calendário romano, mas o nono do atual. Mas nisso ele é igual a outubro, novembro e dezembro.
Enfim, ele é só mais um dos 12 meses do ano que, como os demais, merece ser vivido intensamente, sempre colhendo o perdão que a gente plantar.
Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e pesquisador universitário e membro da Academia Santista de Letras

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.