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Opiniões

22 DE AGOSTO DE 2013

Dúvidas nos trilhos

Por: Fernando De Maria

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Certamente, entre os temas mais recentes, este é o mais abordado nesta coluna: o impacto que o VLT provocará na mobilidade das pessoas, especialmente em Santos.
A minha preocupação central é a forma amadora como uma questão tão importante tem sido tratada e percebe-se claramente a ausência de informações sobre o projeto que avança por São Vicente, já provocando o caos no cotidiano da Cidade, e que influenciará o trânsito santista nos próximos meses, embalado pelo ritmo de clima eleitoral que se avizinha (previsão de entrega será às vésperas das eleições em 2014).
Apesar das promessas de melhorias à população, o VLT pode se transformar em um verdadeiro cavalo de tróia para os desejos tucanos, empurrados pelas denúncias que envolvem as obras do metrô paulista junto com empreiteiras.
Em maio, o governador Geraldo Alckmin anunciou o investimento neste projeto de R$ 895 milhões, com 16,6 km de ferrovias, 22 trens, 154 carros. A primeira etapa ligará o  trecho no cruzamento das avenidas Conselheiro Nébias com a Francisco Glicério até São Vicente, no terminal Barreiros, a 9,5 quilômetros de distância. 
Apesar das promessas, as dúvidas quanto ao real funcionamento do VLT são enormes, mesmo com a obra já iniciada. Nem os técnicos da EMTU sabem informar claramente o que irá ocorrer na prática. O projeto inicial previa a passagem dos trens (que passarão a menos de 4 minutos) pela Avenida Conselheiro Nébias. Agora, já se fala na Rua Campos Melo. Amanhã, quem sabe, mude de lugar novamente. E para onde irão as feiras da Avenida Francisco Glicério?  E o trajeto para o Centro? 
“Amadorismo” é o melhor substantivo para retratar o cenário, como lembra o vereador Evaldo Stanislau (PT), integrante do Conselho Popular da Mobilidade Urbana. Ele aguarda informações do GAECO, do Ministério Público, para verificar a forma da contratação das empresas vencedoras da licitação para fazer a obra. Afinal, como ninguém quis fazê-la, o Governo resolveu bancá-la por conta própria e entregá-la à iniciativa privada.
Como a proposta prevê a implantação do bilhete único para implantação do SIM – Sistema Integrado Metropolitano, não será surpresa se a atual concessionária do transporte coletivo municipal e intermunicipal da região também venha explorar o  serviço do VLT.  A publicação do edital de licitação ocorrerá em novembro.
Diante de tantas dúvidas, a única certeza é que tanto o posto policial como a sede da Sociedade de Melhoramentos do Campo Grande sairão do local. Funcionando há 32 anos, com atendimento à população e parcerias com o Poder Público, até agora ninguém informou ao seu presidente, Nilton José de Carvalho, qual o futuro dela. 
A única certeza foi uma notificação da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos estipulando prazo de 30 dias (vencidos no dia 19) para a desativação da sede. “Ainda não vou sair de lá. Vou ver o que vai acontecer”, diz o presidente, cético em relação aos benefícios que o VLT trará. “Se não encontrar uma nova área, poderemos encerrar as atividades”, lamenta. Este é o progresso que queremos?

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