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Opiniões

08 DE JUNHO DE 2015

Efeito cascata no futebol

Por: Humberto Challoub

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A renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, dias após a mais uma reeleição – são 17 anos no comando – diante das denúncias que abateram a maior entidade futebolística mundial expõe o rastro de corrupção que os homens de terno e gravata deixaram ao longo das últimas décadas, fazendo da federação internacional uma máquina de riqueza e de corrupção, infelizmente.

É claro o efeito cascata decorrente desta decisão – em razão da prisão da alta cartolagem do mundo do futebol, inclusive do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, sem deixar de lado os indícios cada vez mais evidentes de envolvimentos em relação aos também brasileiros João Havelange, que assumiu o poder na Fifa em 1974 e montou uma legião de comparsas para atuar no lucrativo mercado da bola mundial, além de seu ex-genro, Ricardo Teixeira, antecessor de Marin.

Não é à toa que o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, homem de hábitos refinados e mão aberta na hora de circular com beldades, está preocupado com o cenário cada vez mais complicado e poderá seguir o mesmo caminho de Blatter, abrindo mão do cargo recém empossado.

Na próxima quinta (11), o cartola, também membro da principal confederação da América Latina, Conmebol, vai expor algumas das reformas previstas no estatuto da entidade. Uma delas será a limitação da reeleição do mandato de presidente, atendendo a Medida Provisória do Futebol. No entanto, se novas denúncias surgirem, seja pelo FBI ou pela Receita dos Estados Unidos, em decorrência das denúncias dos envolvidos que entraram no programa de delação premiada, Del Nero não resistirá à pressão. Questão de tempo.

Deve-se lembrar que um dos responsáveis em denunciar os esquemas fraudulentos que ocorrem no futebol latino americano , incluindo o brasileiro, é o empresário J. Hawilla, dono de empresas de comunicação (TV TEM, afiliada da Rede Globo, que transmite para 318 municípios do interior paulista e que chegou a ser dono do impresso Diário de S. Paulo). Hawilla, proprietário da Traffic, maior empresa de marketing esportivo da América Latina, revelou o esquema do pagamento de propinas para cartolas em torneios como a Copa do Brasil, o segundo maior campeonato nacional.

No Senado, Romário (PSB/RJ) promete colocar luz aos desmandos e jogos de interesses entre CBF, clubes e dirigentes. Portanto, este momento é ímpar para que investigações sejam aprofundadas para descobrir as relações espúrias que atingem o esporte mais popular do planeta, responsável em atrair milhões de pessoas, que estão chocadas por descobrir mais esta triste realidade.

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