Eleição sem polarização | Boqnews
Foto: Ricardo Stuckert

Opiniões

29 DE JANEIRO DE 2018

Eleição sem polarização

Por: Humberto Challoub

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Lula fora do páreo? Eleição muda o foco com a ausência dele. Foto: Ricardo Stuckert

Com a confirmação da condenação do ex-presidente Lula em segunda instância, a disputa sucessória presidencial ganhará novos contornos, uma vez que tudo leva a crer – caso não ocorra qualquer manobra jurídica – que o ex-mandatário se tornará inelegível com base na Lei da Ficha Limpa e dificilmente poderá viabilizar oficialmente sua candidatura.

Com isso, a expectativa de ocorrência de um pleito marcado por posições maniqueístas e polarizado entre duas correntes antagônicas de eleitores (os contrários e os favorários a Lula) dará lugar à possibilidade de existência de múltiplas opções, ampliando assim o debate em torno das propostas que visam melhorias para o País.

Com Lula na disputa, referenciado por um terço do eleitorado como indicam as várias pesquisas de intenção de voto realizadas recentemente, dificilmente os temas tratados não discorreriam sobre casos de corrupção e desatinos cometidos em governos passados, restringindo o debate à troca de acusações e críticas dos erros cometidos no passado.

As mazelas brasileiras já são por demais conhecidas por todos, por isso é mais do que hora das campanhas se tornarem propositivas, com base na realidade social, cultural e econômica do Brasil.

O eleitor, mais do que nunca, deseja saber dos candidatos o que pretendem fazer para superar os problemas crônicos enfrentados pela população, quais recursos disponíveis para tanto e, o mais importante, quais os pares escolhidos para realizar essas tarefas.

As experiências recentes dão mostra que o eleitor brasileiro está menos suscetível a promessas de milagreiros, de vendedores de ideias fáceis e, sobretudo, mais interessado em conhecer o histórico de realizações dos postulantes a cargos públicos.

O amadurecimento do processo democrático tem permitido, ao longo dos anos, conhecer a posição e métodos de atuação de partidos e políticos, permitindo assim que a decisão do voto se dê de forma mais consistente, especialmente quando se pode evitar más escolhas realizadas em pleitos anteriores.

Dessa forma, caberá ao eleitor participar de uma forma mais efetiva, exigindo maior clareza nas proposituras apresentadas pelos candidatos, transparência nas relações com seus respectivos aliados políticos e cobrar de forma permanente o cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral.

O País precisa, de forma urgente, um projeto de governo que contemple ações a curto, médio e longo prazos, com o estabelecimento de metas factíveis, alinhadas às reais necessidades da população.

Havemos de aceitar que as mudanças desejadas não acontecerão da noite para o dia, exigirão muito planejamento e continuidade, sem o quê terão poucas chances de sucesso.

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