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01 DE OUTUBRO DE 2022

Escolher sem rancor

Por: Humberto Challoub

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Marcada pela polarização e intolerância, o período de campanha eleitoral chega ao fim, neste primeiro turno, e pouco contribuiu para ampliar o debate em torno dos principais temas de interesse do País.

No próximo domingo, a maior parte dos 156 milhões de eleitores aptos a votar vão às urnas motivados pela negação aos candidatos e partidos que desejam impedir o acesso ao poder, e não pela convicção ideológica ou pela crença em propostas e projetos que desejariam ver implementados em seus estados e no País.

Uma realidade que, convenhamos, representa pouco diante do atual estágio da democracia brasileira, que já deveria ter sido modificada a partir das experiências adquiridas há pelo menos três décadas.

A única certeza diante do quadro atual é a de que neste ambiente de rancor, irracionalidade, hipocrisia e falta de altivez política, serão poucos os vencedores e muitos os perdedores.

As consequências resultantes desse processo, por certo, não serão encerradas após a contagem dos votos e a proclamação dos eleitos diante do elevado grau de acirramento que se estabeleceu no seio da sociedade brasileira.

Confundido em meio a guerra de narrativas, pela avalanche de fake news e a partidarização de boa parte da imprensa, o eleitor têm como única opção escolher seus candidatos estimulado pelos valores que atendem aos interesses de sua individualidade, sem o entendimento da importância de eleger o que seria o bem maior para a coletividade.

Comprova-se assim a necessidade da próxima legislatura tratar como prioridade a realização de ampla reforma do sistema político, daí a importância de eleger parlamentares comprometidos com esse objetivo.

Os muitos casos de infidelidade partidária, as incoerências presentes nas normas reguladoras da atividade política, especialmente as que estabelecem os critérios de proporcionalidade e representatividade, tornam urgente o aperfeiçoamento do atual regime afim de resgatar o valor dos princípios ideológicos e programáticos que deveriam orientar as candidaturas e coligações partidárias.

Ainda é o exercício do voto livre e democrático o principal instrumento de transformação de uma sociedade que busca a paz, a justiça social e a prosperidade capaz de evitar a propagação da pobreza.

Nesse sentido, mais do que o cumprimento de uma obrigação legal, ao eleitor cabe a responsabilidade de escolher seus representantes sem rancor, mas adotando uma análise criteriosa que considere os valores morais defendidos pelos postulantes, o histórico de vida pública e comunitária que possuem e, principalmente, pela real capacidade de exercer os cargos a que eles se dispõem a ocupar.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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