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Opiniões

23 DE FEVEREIRO DE 2012

Espaço para avanços

Por: Fernando De Maria

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Aos poucos, o Carnaval santista volta a  reconquistar seu espaço. Considerado até os anos 80 como o segundo melhor do País,  berço de sambistas e que produziu valores para o universo carnavalesco, a Cidade perdeu o glamour ao longo dos anos 90 e início deste século por uma série de decisões equivocadas, que afastaram sambistas e profissionais para outras praças, especialmente a Capital, que deixou de ser o ‘túmulo do samba’ para tirar o posto de Santos.

Não dá para viver mais do passado, pois a realidade atual é  diferente. Mas é possível fazer deste limão uma boa limonada, aproveitando as potencialidades oferecidas.

Se por um lado festas tradicionais perderam espaço, como as bandas que arrastavam multidões pela orla da praia, o Carnabanda possibilitou o surgimento das bandas de bairros, com menor concentração de pessoas, um componente importante para a segurança. Não que os problemas deixassem de existir,  mas, sem dúvida, passaram a ter maior controle. Mesmo com perfis totalmente distintos, pode-se dizer que a Doroteia foi substituída pelo Carnabonde em razão da sua popularização.

Quanto aos desfiles carnavalescos, foi mais que acertada a iniciativa de transferir a festa para a Zona Noroeste, única região que ainda dispõe de áreas para tal iniciativa, à medida que a orla da praia foi judicialmente descartada.

Além disso, a implantação de um pólo cultural no local, com estrutura física, que será adaptada no período carnavalesco, e obras a serem iniciadas em 10 dias, tendem a reforçar ainda mais a força que o Carnaval tem para gerar empregos e negócios e, principalmente, pelo seu caráter social, com o envolvimento da comunidade.

Com melhor estrutura, ficará mais fácil para a iniciativa privada também contribuir para o crescimento da festa, de forma que as escolas diminuam sua dependência em relação aos valores repassados pelo Poder Público.

Alguns pontos, porém, merecem ser aperfeiçoados. Apesar de ser uma cidade turística, pouco – ou quase nada – é feito para divulgar turisticamente o nosso Carnaval, apesar da crescente demanda. Alguns dirão que quem vem para Santos quer sossego. Será? As tendas – um sucesso – atraem munícipes e turistas. Porém, aqueles que gostariam de assistir aos desfiles não encontram qualquer respaldo para tal.

Durante a festa, grupos de alemães e japoneses chegaram a se aventurar para assistir aos desfiles na passarela do samba. Sem ingressos nas mãos, tiveram que comprar de cambistas ou voltar para os hotéis sem conhecer nossa cultura.

Por que a rede hoteleira não se cotiza na aquisição de camarotes e oferece este serviço aos hóspedes fazendo o translado por vans, por exemplo? Será que os hotéis divulgam o nosso Carnaval?  Se existe os que querem sossego, também há aqueles que  o curtem  e só com o apoio coletivo é que poderemos fortalecer a festa popular na Cidade.

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