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Opiniões

14 DE NOVEMBRO DE 2015

Estradas da aventura

Por: Fernando De Maria

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Quem trafega pelo Sistema Anchieta-Imigrantes diariamente já se habituou a uma situação peculiar: a neblina. Ela, que costuma estar presente entre os meses de maio a agosto, resolveu se prolongar para a primavera, contrariando a tendência climática.

A neblina surge em decorrência da condensação que ocorre junto à superfície, causada pelo resfriamento do ar quente e úmido quando entra em contato com o solo. Explicação técnica para a cortina de fumaça que coloca em risco a segurança coletiva.

Não se discute a prioridade na iniciativa, especialmente nas estradas, onde a soma da alta velocidade com má visibilidade resulta em uma combinação perigosa. No entanto, percebe-se um exagero no tocante ao volume de operações-comboio implantadas no Sistema Anchieta-Imigrantes ao longo deste ano e a discutível estrutura oferecida aos motoristas. A Artesp informa que o esquema é analisado previamente com a concessionária Ecovias e Polícia Militar Rodoviária.

Para se ter ideia, entre janeiro e outubro elas ocorreram em 74 dias – o que dá uma média de uma a cada quatro dias. E o problema se repete em novembro. Os motoristas que desceram ao litoral continuam enfrentando as paralisações, que iniciam na praça de pedágio.

Cito um caso particular ocorrido no último dia 1º, véspera do Dia de Finados, quando milhares de paulistanos já haviam descido ao litoral para curtir o sol, que, no entanto, se rebelou e não deu o ar da graça. Consultei o site da Ecovias cujo teor informava que das 14 às 19 horas ambas as pistas da Anchieta estariam abertas rumo ao litoral, enquanto as da Imigrantes estariam liberadas para subida.

Cheguei à praça de pedágio – já com fila – por volta das 14h20, onde paguei a salgada tarifa de R$ 23. Depois, restava aguardar o aglomerado de carros que se espalhava por quilômetros até iniciar a operação comboio – ou operação tartaruga. Ao contrário do divulgado pela Ecovias, a pista norte da Anchieta estava aberta para subida, apesar do pouco fluxo de veículos. Assim, mesmo na véspera de um feriado, estava implantado o sistema 8 x 2, onde os moradores da Baixada Santista sempre ficam à mercê da sorte. E da violência.

Ao longo do caminho – cuja neblina em toda a extensão não era tão densa (já trafeguei em situações piores) – percebi como somos tratados como gado (e pagando por isso). Demorei quase três horas para chegar ao trevo de Cubatão, andando por radares a 11 km/h, temendo os assaltos que ocorrem na Via Anchieta. Vi apenas uma viatura policial em toda a extensão do trajeto – já no pé da serra. Por sorte, a chuva espantou a malandragem.

Não bastasse, presenciei mulheres tendo que parar o carro no acostamento para, agachadas, fazerem suas necessidades fisiológicas. A segurança deve ser prioridade, mas deve-se ter bom senso na implantação da operação comboio. Além da necessidade de oferecer melhor estrutura aos clientes, com aumento de pontos de iluminação, além de reforço na sinalização, especialmente na interligação, ponto sempre crítico.

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