Pesquisa divulgada no início de abril, realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB) em conjunto com a Associação Paulista de Medicina (APM), revelou que mais da metade dos médicos brasileiros já tiveram interferências ou tentativas no tratamento de pacientes por parte dos planos de saúde.
Os dados foram coletados a partir de um questionário que contou com a participação de pouco mais de três mil profissionais, o que seria pouco se levarmos em consideração que nosso país tem mais de 500 mil médicos.
Esta é uma realidade que todo profissional de Medicina irá enfrentar ao menos uma vez ao longo de sua carreira, entretanto, cabe ao médico aprender a lidar com cada situação e garantir, acima de tudo, o bem estar de seu paciente.
E com isso, queremos dizer que a ética médica deve sempre prevalecer ante a vontade dos planos de saúde. Entendemos que essas operadoras são empresas, e como qualquer outra buscam o melhor custo X benefício para seus orçamentos, mas jamais podemos admitir que isso comprometa o resultado de um tratamento médico.
Uma forma de evitar tais situações, que são negadas pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), seria o investimento dos planos de saúde em campanhas de prevenção.
Porém, enquanto esta realidade não for alterada, cabe aos órgãos de defesa dos profissionais de Medicina – Sindicatos, Associações e Federações ( e as denúncias dos próprios profissionais envolvidos) manter a fiscalização constante para que os médicos possam exercer sua profissão como condiz sua ética e não como manda o orçamento de uma empresa.
Dr. Elói Guilherme P. Moccellin é presidente do Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande (Sindimed)
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