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Opiniões

24 DE JULHO DE 2018

Foco no jogo eleitoral

Por: Humberto Challoub

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Com o término da Copa do Mundo, as atenções começam agora a se voltar para o processo eleitoral que definirá a escolha do próximo presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Faltando pouco menos de um mês para o início oficial das campanhas, em 16 de agosto, o período destinado ao conhecimento das candidaturas reserva espaços restritos para o aprofundamento das discussões envolvendo os grandes temas de interesse nacional.

Tudo leva a crer que, mais uma vez, a publicidade eleitoral, especialmente a veiculada na televisão pelas candidaturas majoritárias, será conduzida com superficialidade e buscará formar esteriótipos de boa conduta, com promessas de obras e prestações de serviços que, em princípio, devem fazer parte do cotidiano de qualquer administração pública.

Temas que mereceriam maior atenção por representar alicerces importantes para preparar as bases do País na busca pelo desenvolvimento sustentável, que incluem as políticas ambientais, industriais, agrícolas, educacionais, tributárias, energéticas, de infraestrutura e, sobretudo, de valorização humana, mais uma vez vão ceder espaços preciosos para os discursos ufanistas, ao denuncismo e às práticas populistas inebriadas pelo desejo de manutenção do poder a qualquer preço.

Não há como negar a evolução do processo democrático brasileiro, com a melhoria das tecnologias utilizadas, o aperfeiçoamento das regras eleitorais e a maior transparência oferecida para a fiscalização das candidaturas. Porém, o mesmo não se pode dizer dos métodos e práticas políticas utilizadas, que em boa parte se revelam dissimuladas, oportunistas e, por vezes, apelativas pelo desprezo aos valores éticos e morais.

O processo em curso mais uma vez evidencia a urgente necessidade de realização de uma reforma política, a partir da revisão dos conceitos que conceberam o sistema vigente, especialmente os de supervalorização dos partidos e os que embasaram critérios de proporcionalidade e representatividade.

É hora de reconhecer os equívocos do regime atual, que resultaram no desprezo à ideologia e à fidelidade partidária, favorecendo o surgimento de candidatos de última hora desvinculados dos ideários programáticos e doutrinas dos partidos por meio dos quais pretendem ser eleitos.

Diante do atual cenário de mazela política proliferam apenas os interesses particulares e dos segmentos que buscam dividendos econômicos às custas dos recursos públicos, por meio do fomento à corrupção. Não há como esperar que as mudanças pretendidas para o regime político brasileiro sejam de iniciativa dos governos e dos parlamentares eleitos.

O momento enseja uma efetiva participação da sociedade civil, mesmo que seja somente com a escolha coerente e responsável dos candidatos.

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