O mercado de games, apesar de ser bem eclético e trazer gosto para todo seu público (independente do gosto ou idade), peca pela generalidade. Vivemos em meio de jogos de guerra como Call of Duty / Battlefield, exploração como Assassin’s Creed / Uncharted / Batman Arkham, esporte com sua imensa gama FIFA / NBA / Pro Evolution Soccer / WWE…isso para citar alguns sucessos recentes. Caro leitor, não me entenda mal, gosto de muitos deles (e gosto bastante), mas vemos um “sistema” se formando. Criando um determinado método, temos modelos de jogos bem iguais atualmente. Enredos mudam, a temática também, mas toda a mecânica similar.
Em resumo, vivemos “mais do mesmo”. Nada de surpreendente ou que seja extremamente espetacular ou que mude o cenário. “Quase nada”, sendo mais sincero. Quando era criança, aos meus 8 ou 9 anos, lembro de tardes que passava aos finais de semana jogando videogame com meu irmão. Mario Kart, de SuperNintendo, Crash Bash. Vigilante 8, Metal Slug e alguns outros de PlayStation (o primeiro) eram pedidas que faziam eu e ele brigarmos, nos divertirmos, rirmos e crescermos com eles ao lado. Atualmente me pergunto o que aconteceu com este tipo de jogos. Onde foi parar a diversão? E, principalmente…porque nunca mais jogamos juntos? E a resposta veio em forma de Rocket League.
Assim que abre a tela inicial, o jogo já se mostra ao que propõe. Futebol com carrinhos de controle remoto. Simples. Pode até parecer “bobo”. As partidas duram cerca de 5 minutos. Os times podem ter de um a quatro carros, dependendo de quantas pessoas quiserem jogar. O estúdio Psyonix já tinha tentado algo semelhante, no PlayStation 3 e PC sem muito sucesso. De forma indie (alternativo), resolveram recriar, com mecânicas condizentes e uma personalização tão grande que lhe faria perder horas só montando um carro que goste. Mas chegamos ao momento onde você me pergunta onde tudo isto parará, certo?
O jogo Rocket League é disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC
No instante que você entra em campo, apenas seu carro e vê a dimensão que essa simplicidade toma é uma história totalmente diferente. Você pode apenas correr, pular e impulsionar o veículo. A partir do momento que vê outros perdendo a compostura para conseguir levar a gigantesca bola ao “gol”, e se deixa envolver por aquilo, posso afirmar com certeza que entenderá sobre o que digo. Haverá dias, caro jogador (ou pai/mãe de um) que você não quer “salvar o mundo”. Que não irá se render a guerras, enfrentar aquele chefão poderoso de fase, inclusive qual não terá a mínima vontade de conquistar aquele item raro que falta ao inventário. Haverá dias que você chegará tão cansado ou sem muita cabeça para algo, que buscará em seu videogame um alívio. Algo com que se divirta e lhe tire o peso das costas. E esse, caro leitor, é “o jogo”.
Sem levantar a bandeira de melhores gráficos, ou anos de produção e até mesmo planejamento. O jogo é divertido. Fará você gritar um “gol” tão alto quanto assistindo seu esporte favorito na televisão. Por cinco minutos, lhe tirará a aflição e as minúcias que envolvem todos os outros games. E perceberá que estes cinco minutos se transformaram em meia-hora, uma hora, duas…e por aí vai.
As disputas acontecem em campos diversos, desde futuristas até embaixo da água
Pense nisso como um relacionamento. Nem todos os dias poderão ser preenchidos com perfumes, restaurantes caros, um plano mirabolante para uma noite especial. Presentes, passeios em locais turísticos famosos ou até mesmo a realização daquele sonho que ambos construíram. Terão dias que apenas a pura conversa, o “como foi seu dia?” e um cuidado, zelo e carinho poderão dar conta. No mundo dos videogames, o Rocket League cumpre esse papel. Aquele jogo barato, simples, que não tem o menor requinte, mas que te faz se sentir bem. Te faz se divertir. É um reviver de coisas que não existiram por eras em busca do “jogo perfeito”. Se me permitem um conselho para a vida, não busquem por nada que garanta “perfeição”. Busque por aquilo que lhe faça feliz. Isto basta.
Um jogo não precisa sequer de um enredo para funcionar. Pode parecer estranho, mas nem tudo precisa ser uma cópia de games consagrados ou que fizeram algum tipo de sucesso entre os jogadores. Respiros, espaços para você poder brincar, se divertir e sem compromissos sérios de responsabilidade ética também rendem bons resultados. Eu jogava com meu irmão em meados de 1999 a 2004. Hoje, doze anos depois, finalmente encontramos nosso caminho em Rocket League. Uma década para encontrar algo que nos reunisse na frente da televisão juntos. Não pode parecer muita coisa, mas quem disse que a beleza não está apenas na simplicidade?
Personalizando, você consegue criar um veículo único que lhe represente nas partidas
Como me encontrar na Xbox Live e na PSN?
Xbox Live: PlumpDIEGODS;
PSN: CorumbaDS