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28 DE AGOSTO DE 2016

Frágil e impopular

Por: Fernando De Maria

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Ao longo dos próximos dias, o País vai assistir ao futuro político da presidente afastada Dilma Rousseff. Os debates, iniciados na quinta, se estenderão pelos próximos dias, e salvo ocorrerem surpresas improváveis, o destino já está traçado pelos senadores.

Em razão do uso e abuso das pedaladas fiscais, uma forma de aumentar as despesas sem a devida receita, Dilma certamente ficará na história como a única governante que perderá o mandato em razão desta prática, infelizmente comum para os demais. Teremos um precedente, portanto, para os demais?
À parte da esfera fiscal, a decisão sobre o futuro de Dilma é política e veio do clamor popular, com milhares de brasileiros se manifestando em razão das sucessivas denúncias que se espalharam pela mídia envolvendo a cúpula do Partido dos Trabalhadores e aliados.

Mesmo que a presidente não apareça como beneficiária de qualquer esquema de corrupção até o momento, basta lembrar a velha máxima: ‘a mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”, ou seja, na política, os governantes, além de serem honestos, precisam agir como tal. E neste quesito, infelizmente, Dilma não tem muito como se defender em razão dos escândalos envolvendo pessoas de sua confiança e que estavam em seu entorno.

Diante desta realidade, a dúvida paira sobre o futuro governo Michel Temer, que deixará de ser chamado como interino, tendo à frente mais de dois anos de mandato. Fragilizado pelos escândalos envolvendo nomes do seu ministério, Temer sabe que não tem o aval popular. Durante seis anos, foi vice de um governo que hoje tem repulsa, mas não pode esconder seu passado. Será difícil.

Não bastasse, titubeia em momentos cruciais e faz de tudo para garantir a governabilidade, mesmo sabendo que os fantasmas do Petrolão poderão assombrar-lhe mais cedo ou mais tarde. Sem contar o assombro do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma bomba-relógio à espera de entrar em combustão.

A fragilidade e o toma-lá-dá-cá pode ser vista na autorização dos aumentos salariais ao funcionalismo e também ao Judiciário, enquanto o cidadão comum sofre com o desemprego, a alta da inflação e uma economia estagnada. Por sua vez, a equipe econômica, ainda prestigiada, já começa a sofrer sérias críticas, pois a lição de casa do governo está longe de ser feita. Pelo jeito, para Temer, alguns brasileiros são melhores que outros.

Não bastasse, apesar das negativas, trabalha com a real possibilidade de ser candidato em 2018. Fato aventado pelo atual presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia. A notícia, aliás, já alvoroçou o ninho tucano, repleto de aves exóticas que não se bicam, mas desejam voltar ao poder.

Mesmo diante da fragilidade e da falta de apoio popular, somado à uma Câmara e Senado, ambos com perfis conservadores, Temer vai propor mudanças que mexerão com todos, como a reforma previdenciária e tributária. Resta saber quem serão os reais beneficiários: os grupos do poder ou a população. Alguém arrisca um palpite?

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