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26 DE JULHO DE 2012

Freud explica?

Por: admin

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Qualquer um de nós é capaz de explicar, justificar ou mesmo entender algo novo ou surpreendente através um psicologismo popular. Visto que com simplicidade e reducionismo compreensível, hoje sabemos quanto os fatores psicológicos estão atuando na nossa vida, desde comportamentos afetivos, até doenças de cunho psicossomático.
Quem não ouve uma história de dor de cotovelo e consegue explicar e confortar levantando hipóteses psicológicas, edipianas? Aliás, complexo de Édipo é um aspecto dos mais comuns nas avaliações psicológicas leigas.
E o stress? Quem nunca falou ao amigo gripado que isso era falta de resistência por conta de excesso de trabalho ou de emoções? Mas será que é possível também todo esse entendimento na educação de filhos?
Só se fala nisso quando nos referimos aos traumas, tão valorizados desde os anos 70 do século passado, para aumentar a culpa dos pais e deixá-los mais perdidos do que já estavam a partir dos novos rumos da educação pós revolução sexual e social. Para agravar mais esse quadro de desencontros e de desajustes, a rapidez das informações que traz e leva os modismos numa rapidez que anestesia ou então desestrutura todas as verdades apreendidas e introjetadas ,sem dar tempo de reflexão e de renovação de diretrizes.
Quem sou? O que quero? Para onde vou? Ao invés de nos respondermos a essas questões básicas, apertamos o piloto automático e disparamos também certa acomodação, fruto de uma confusão de valores e verdades pessoais não percebidas.
 No que diz respeito à educação, essa conjuntura, facilita  a formação de pequenos tiranos.Tiranos são os filhos de pais que ao querer suprir todas as necessidades dos filhos não se permitem ver seus limites enquanto pais e provedores, pois o que mais desespera um pai ou mãe é ver um filho seu frustrado; como se a frustração não fosse um sentimento como todos os outros que devem ser experimentados e experienciados. 
Esses pequenos tiranos, anunciados no fim do século passado, hoje são jovens e adultos, e tornaram-se tiranos adultos. Fala-se muito em violência associada à miséria, pode ser em parte, afinal nosso país é considerado de terceiro mundo, mas ainda creio que na origem desses desencontros educacionais onde vemos filhos que matam pais que lhes negam, o dinheiro ou da droga ou do tênis, filhos que  queimam índios por não os verem humanos, filhos que em nome de certa anormalidade se acham no direito de destruir aquilo que não conhecem.
Notei e me animei a escrever esse texto ao perceber a repercussão do núcleo da novela global em que uma mãe toma atitudes de repreensão, que num primeiro momento parecem de rejeição, mas tem uma função totalmente educativa. Claro que se tirando os exageros da poética novelística, é de senso comum que uma família que acoberte e aplauda todos os comportamentos errados do filho tem uma cegueira parcial que só a faça enxergar o filho idealizado e não o real com necessidades pessoais de educação, limites e principalmente de respeito a si mesmos e aos próximos. 
Enxergar e agir é muito doloroso, pois além de mostrar uma deficiência, mostra antes de tudo uma vida totalmente vazia de valores e sonhos.
E como os críticos de Freud costumam dizer que tudo o que ele diz ou pensa é em sexo, vamos ratificá-lo, pois a sexualidade, isso é um encontro com Eros, o deus grego da vida e do prazer está sendo deslocado, para alguns atos não heróicos e de muito baixo valor.
Em tempos que pregamos o fim da violência, que tal exercitar e reaprender pequenas ações como demonstrar ternura, respeito, agregar ao invés de desagregar? Aprender a viver e ensinar a fazê-lo na qualidade de pais e responsáveis: essa seria a verdadeira ode a vida.

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