Hora de arrefecer ânimos | Boqnews

Opiniões

17 DE AGOSTO DE 2015

Hora de arrefecer ânimos

Por: Humberto Challoub

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Agendadas para ocorrer neste domingo (16), as manifestações de protesto voltam às ruas de centenas de cidades brasileiras visando demonstrar a insatisfação da população com a atual situação econômica e política enfrentada pelo País, após um período de relativa calmaria. Os atos, que visam principalmente repudiar as práticas de corrupção na atividade pública, também deverão levantar bandeiras pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), estimulados pelo elevado grau de desesperança que reina na quase totalidade dos segmentos que compõem a sociedade brasileira.

A depender da adesão por parte da população, os atos prometem ampliar ainda mais as disputas partidárias e ideológicas, uma vez que grupos de esquerda, endossados pelo PT, também foram convocados para ir às ruas bradar contra o que chamam de tentativa de golpe protagonizada pelos conservadores brasileiros, a exemplo do ocorreu no primeiro semestre deste ano, quando, após serem marcados protestos para pedir a saída de Dilma do Governo, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocaram manifestações para exaltar a legitimidade da presidente, referendada pela maioria dos votos na última eleição.

Esse preconizado cenário de disputa, a partir do acirramento de posições de ambas as partes, ganha nova dimensão quando sabe-se do visível agravamento da crise política envolvendo o Congresso e o Palácio do Planalto. Salvaguardados pelo discurso de assegurar a manutenção da independência entre os poderes constituídos, Executivo e Legislativo têm demonstrado pouca disposição para estabelecer linhas de entendimento, subjugando os reais interesses da população a questões menores e à configuração de um novo cenário de poder.

Nesse sentido, e diante do aprofundamento da crise econômica que atinge o País, é de se esperar que a presidente Dilma Rousseff e seus pares do Senado e Câmara Federal, senador Renan Calheiros e deputado federal Eduardo Cunha, tenham a percepção e altivez para a retomada de um diálogo franco e direto, a partir do entendimento de que a intransigência e atitudes individualistas não podem sobrepor os interesses da população, especialmente em um momento em que ela está sendo duramente penalizada pelos desmandos da classe política. Também não serão as decisões açodadas as saídas para a solução de problemas crônicos enfrentados pelo País. Somente a paz, a firmeza de propósitos e a união de esforços poderão contribuir para a reversão do atual quadro de dificuldades, evitando conflitos com consequências imprevisíveis.

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