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Opiniões

01 DE JULHO DE 2019

Hora de valorizar a docência

Por: Humberto Challoub

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A divulgação dos dados contidos no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, elaborado a partir de informações organizadas de acordo com as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) pelo movimento Todos pela Educação em parceria com a Editora Moderna, deu a real dimensão do grande desafio imposto ao Governo brasileiro para interromper o ciclo contínuo de má qualidade que predomina no ensino de base oferecido no País.

Além de confirmar as deficiências há muito conhecidas quanto ao baixo rendimento dos alunos das escolas públicas, o estudo deu números a uma realidade preocupante em relação à formação dos professores: em 2018, apenas 48,7% dos docentes dos anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, tinham formação adequada para lecionar as disciplinas pelas quais eram responsáveis. No Ensino Médio, essa taxa foi de 56,3%, o que, convenhamos, é pouco diante da necessidade premente de elevar a qualidade da educação brasileira.

Outros estudos recentes também já têm mensurado as deficiências no setor, apontando a existência de docentes que ministram aulas na rede pública e não têm graduação ou trabalham em áreas totalmente diferentes das suas licenciaturas; que parte dos estudantes do Ensino Médio da rede pública têm aulas com professores que concluíram apenas o Ensino Fundamental; e professores que concluíram o Ensino Fundamental ou Médio, mas não têm habilitação para o exercício pleno e competente do Magistério.

Mais do que nunca é preciso que o atual Governo, por meio do Ministério da Educação, dedique atenção prioritária ao ensino de base enfrentando os problemas que dificultam a evolução qualitativa da educação brasileira. É preciso reconhecer que ao longo das últimas décadas as deficiências das escolas básicas impôs às instituições de nível técnico e superior a obrigação de recuperar conteúdos mínimos, dedicando espaços preciosos reservados à pesquisa e à formação profissional para a revisão de matérias consideradas como pré-requisito ao acesso a qualquer área de conhecimento.

Portanto, mais do que elevar o nível de compreensão dos alunos, deve-se investir no aperfeiçoamento dos professores para que possam contribuir com a melhoria da formação ética e moral das futuras gerações de brasileiros, hoje influenciados pelo descaso das autoridades públicas e sem qualquer referência que lhes dêem parâmetros para construção de uma sociedade alicerçada em conceitos de eficiência, capacidade de realização e respeito aos valores de humanidade e cidadania.

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