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Fotos: Nando Santos

Opiniões

17 DE JANEIRO DE 2018

Inoperância pública dos governantes

Por: Fernando De Maria

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Há décadas, moradores aguardam a abertura em definitivo da rua João Carvalhal Filho, no Campo Grande. Foto: Nando Santos

Um governante comum tem o hábito de priorizar ações em sua administração, com investimentos em áreas fundamentais, como educação, saúde, assistência social, entre outras.

Um governante à frente do seu tempo vai além: busca mecanismos para planejar o futuro, seja da sua cidade, estado ou Nação. A diferença entre ambos está na ousadia.

Casos não faltam para ilustrar.

Gostando ou não, não se pode deixar de lembrar alguns nomes, como Juscelino Kubitschek, Jaime Lerner, Prestes Maia e até Paulo Maluf, hoje atrás das grades por corrupção.

Não se questionam as ideologias, mas seus feitos jamais poderão ser apagados.

Portanto, trazendo a questão a âmbito local é inevitável analisar o motivo que o Poder Público municipal quase nada fez para o prolongamento de uma via, cujo projeto original data da década de 50 e serviria de opção para a malha viária da Cidade.

Como o Poder Público ignorou o assunto até então, a Rua João Carvalhal Filho, que liga o Marapé ao Campo Grande, é um verdadeiro ‘samba do crioulo doido’.

Afinal, sua numeração é extensa (ultrapassa o número 900 da via), mas no meio do caminho surgiram algumas pedras.

E ninguém quis removê-las, apesar de ter passado tanto tempo.

Primeiro, a instalação de um supermercado, que ocupa ampla área onde seria a rua.

O estabelecimento até chegou a comprar imóveis vizinhos e recentemente foi reformado.

Deve-se salientar que a última e única intervenção viária recente ocorreu há mais de uma década, na gestão do ex-prefeito João Paulo Papa, que abriu o trecho entre as ruas Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, pequeno trecho útil para circulação dentro do bairro – suas várias quadras amplas dificultam a circulação de veículos, que acabam sendo ‘jogados’ para a sempre congestionada Rua Carvalho de Mendonça.

Sem enfrentamento

Infelizmente, na prática, nenhum governante resolveu enfrentar a questão: ou encerra a proposta de transformar o trecho inacabado em rua – o que seria um escárnio aos moradores no entorno que acreditaram sobre o futuro da via – a ponto da emissão de carnês do IPTU terem o endereço da via nunca entregue, conforme reportagem publicada por este jornal na edição passada – ou resolve abri-la em definitivo?

A medida que a atual administração autorizou a construção de duas edificações – de alto padrão – ainda que respeitando a legislação em vigor, praticamente colocou um ponto final na expansão desta alternativa viária.

Afinal, se antes uma eventual indenização incidiria sobre terrenos vazios ou chalés (com valores indenizatórios bem menores) hoje o que se vê são novas edificações, cujos proprietários já avisaram que só sairão do local mediante uma justa indenização.

Este tipo de situação só revela o quanto a inoperância do Poder Público afeta a vida dos cidadãos.

Somam-se os que ali esperam há décadas por uma solução e os novos vizinhos que adquiriram e investiram em seus futuros lares.

O impasse está formado em razão da inoperância pública.

Resta saber se por incompetência, má-fé, desinteresse ou todos juntos.

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