A transição energética é um dos desafios para a humanidade nesta primeira metade do século 21, quando a natureza resolveu responder aos inclementes ataques contra ela perpetrados pelo homem.
A energia tem de ser limpa, já que a suja é a causa do aquecimento global e este gera mudanças climáticas hoje mais perigosas.
Os fenômenos extremos podem matar, desalojar milhões de pessoas, tornar grandes áreas inabitáveis.
A Europa, sempre à frente em ciência e tecnologia, já produz painéis solares tão pequenos, que podem ser instalados na lateral da sacada e colocado na tomada para fornecer energia produzida diretamente para uma residência.
Os painéis são levíssimos e produzem eletricidade suficiente apenas para carregar um laptop ou uma geladeira.
Mas estão transformando os apartamentos alemães e promovendo verdadeira revolução silenciosa.
Põe à disposição do cidadão a energia vede, sem a necessidade de grandes investimentos, contratação de técnicos ou uso de ferramentas especiais.
Mais de quinhentos mil sistemas já funcionam na Alemanha, onde a lei permite a sua utilização.
Com isso, a nação ganhou 9 gigawatts a mais de capacidade fotovoltaica, o volume de energia solar que um sistema produz.
Além do interesse doméstico, há um interesse econômico nacional. A União Europeia quer se livrar da dependência do gás natural russo.
Por isso, precisa quadruplicar o volume de energia gerada por fontes fotovoltaicas até 2030. Já era frequente o uso de painéis solares nos telhados, como existem no Brasil.
Eles estão cada vez mais baratos e são produzidos na China e também agora em nosso país.
Contribuiu para isso a flexibilização legislativa, algo que o Brasil também precisaria promover, assim como incentivar a população a procurar suas próprias fontes energéticas.
O monopólio propiciado às concessionárias, que não prestam contas ao munícipe, nem ao município, é um estímulo a que se busquem outras alternativas e não se dependa, exclusivamente, de empresas estrangeiras, mais interessadas na potencialização de lucros do que na disseminação de práticas que favoreçam a iniciativa cidadã em busca de energia limpa e de melhor qualidade de vida para todos.
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo
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