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Opiniões

01 DE ABRIL DE 2019

Intransigências indesejadas

Por: Humberto Challoub

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À medida em que cresce a animosidade nas relações do presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e as lideranças do Congresso Nacional, em especial o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diminuem as chances de o atual Governo conseguir aprovar, com a brevidade desejada, as reformas necessárias para o País recuperar as condições básicas visando a retomada do crescimento econômico e social.

Disposto a não acomodar o espólio deixado por seus antecessores, Bolsonaro já enfrenta à horda clientelista que há muito está enraizada nos gabinetes do Congresso, acostumada à política do “toma lá da cá” e que não dispõe de vocação altruísta para ceder espaços aos quadros técnicos desejados pelo presidente visando por em curso as principais ações definidas para sua administração.

Pelo que se viu até aqui, prenuncia-se um conflito de interesses e a falta do entrosamento necessários para que sejam atendidos os principais anseios da população que, ao final das contas, será a mais prejudicada pelos posicionamentos intransigentes de ambas as partes.

Apesar de pertinente aos conceitos que orientam o regime democrático, de pluraridade e divergências de ideias, os embates entre os poderes ameaçam produzir uma instabilidade política indesejável para um governo que se inicia e precisa vencer inúmeros desafios, especialmente atingir as metas preconizadas para o País.

Nesse sentido, as chantagens e barganhas políticas utilizadas como moeda de troca revelam-se um obstáculo difícil de ser transposto pelo atual Governo, uma vez que acirram posições antagônicas que agora são obrigadas a convergir em uma mesma direção.

O atual momento vivido pelo Brasil e as possibilidades de expansão das atividades econômicas não podem ser desperdiçadas por caprichos, egocentrismos e interesses outros que não sejam o bem maior da população brasileira.

Mais do que dedicar atenção à conquista de benesses aos seus apaniguados, as lideranças partidárias deveriam focar seus esforços na realização das reformas almejadas pela sociedade brasileira, especialmente as que dizem respeito aos sistemas previdenciário, tributário e de segurança pública.

É de se esperar, portanto, maior comprometimento dos representantes políticos na observância dessas questões, fundamentais para dotar o País das condições ideais para o desenvolvimento social, equilíbrio fiscal e consolidação de um mercado sólido, capaz de atender as demandas de trabalho, consumo e, sobretudo, contribuir para reduzir as acentuadas diferenças sociais existentes.

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