Marcado por contradições e pelas intransigências motivadas pela polarização ideológica, o cenário político brasileiro tem, ao longo dos anos, representado o grande entrave para a introdução das ações, de médio e longo prazos, necessárias para acelerar o processo de desenvolvimento econômico e social do País.
A divergência entre os poderes constituídos somada à priorização de interesses políticos partidários impedem o aprofundamento do debate sobre temas relevantes e, mais uma vez, adia decisões importantes sobre questões que cada vez mais afligem a sociedade, especialmente nas áreas da segurança, saúde, educação e economia.
Afasta-se, assim, a possibilidade de convergência de ideais no que diz respeito ao desejo de todos os brasileiros na transformação da Nação, a partir de um modelo de inclusão social sustentável, desassociado da subserviência eleiçoeira e alicerçado em princípios éticos que devem guiar o comportamento dos representantes políticos que ocupam cargos públicos.
A voz comum da sociedade compartilha da ideia de que não há mais como se admitir a reprodução da miséria gerada pela ignorância e ganância dos que se intitulam donos do poder.
Há muito se sabe que as administrações públicas, com raras exceções, foram negligentes e incompetentes na condução das ações que possibilitassem a melhoria das condições do povo, por isso todos têm iguais parcelas de culpa, em maior ou menor grau.
Portanto, não se justifica, neste momento, que o acirramento de opiniões estimule conflitos maniqueístas, gerando violência e criando terreno fértil para a atuação de oportunistas políticos.
Todas as manifestações de pensamento são legítimas e, por isso, devem ser respeitadas em sua essência, assim como a vontade da maioria que se expressa por meio do voto dentro do regime democrático republicano, sejam elas a favor ou contra nossa vontade.
Unir propósitos em prol do bem comum sempre será a melhor alternativa para a retomada do desenvolvimento econômico e social do País, uma soma de esforços que resulta na divisão equânime da prosperidade.
Por certo, até as próximas eleições presidenciais, marcadas para 2026, o País dificilmente deixará de continuar enfrentando o clima adverso das disputas políticas.
Espera-se que diante do atual cenário conturbado, as principais lideranças brasileiras tenham a consciência e a altivez para entender que os interesses do Brasil devem desarmar espíritos e unir esforços, abrindo canais de diálogo para reestabelecer a paz e o entendimento necessários a fim de evitar um mal ainda maior à Nação.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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