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Opiniões

29 DE ABRIL DE 2011

Jogos do poder

Por: Fernando De Maria

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Passados pouco mais de 100 dias de administração dos novos governantes, as articulações políticas visando 2012 já começaram. E prometem manter o caldeirão eleitoral em ebulição. As questões que envolvem São Paulo refletem no resto do País e respingam em nossa realidade caiçara. Trata-se de um emaranhado de informações que levam o público – a 17 meses das eleições municipais – a perceber que a troca de farpas esconde, na prática, o jogo pelo poder.


Aos fatos. Com o anúncio do prefeito paulistano Gilberto Kassab em fundar o PSD, saindo do DEM, eterno aliado tucano, iniciou-se uma revoada de aves bicudas para outras searas. Foram seis vereadores da Capital e, na última segunda, o secretário de Esportes e Lazer de São Paulo (Capital), Walter Feldman, um dos fundadores do partido, anunciou sua saída tecendo severas críticas ao governador Geraldo Alckmin.


Coincidência ou não, ao mesmo tempo que Feldman anunciava sua saída do partido, o governador partia para o ataque, ao retirar a secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do vice-governador Guilherme Afif Domingos (que já anunciou sua ida ao PSD de Kassab, partido que fará oposição ao governador visando sua sucessão em 2014).


Na troca, Alckmin optou em dar o DEM, o eterno fiel partido, a secretaria de Desenvol-vimento Social, que inicialmente seria a menina dos olhos do governo, pois, em razão da sua relevância, deveria ser a ponte entre o PSDB e as classes populares, algo que, aliás, o partido se esqueceu faz tempo.


Assim, o deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa cedeu o cargo para Rodrigo Garcia (DEM) e ganhou a secretaria outrora ocupada por Afif  e até por Alckmin (gestão José Serra) com um orçamento 20 vezes maior, porém mais técnica que política. A decisão mostra força de Barbosa junto ao governador.


Ele já ocupou outros cargos nos governos anteriores de Alckmin, seja na secretaria da Juventude ou como secretário-adjunto do Estado da Educação, que tinha à frente o hoje deputado federal Gabriel Chalita, ex-tucano, e hoje no PSB, que aventa a possibilidade de migrar para o PMDB de olho na prefeitura paulistana.


Em âmbito local, portanto, a nova situação de Barbosa, porém, pode ser uma faca de dois gumes. Sem um grupo forte no seu entorno e enfraquecido pelos acontecimentos políticos  talvez Alckmin reafirme a necessidade de mantê-lo no cargo até o fim do mandato, em 2014, o que inviabilizaria a pretensão de Barbosa em sair candidato a prefeito de Santos em 2012.


Por sua vez, como secretário, pode ganhar maior projeção para novos voos  em outros ninhos que podem ou não passar pelo palácio José Bonifácio. Portanto, o intricado jogo do poder só está começando. Façam suas apostas…

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