Magrelas rejeitadas | Boqnews

Opiniões

22 DE OUTUBRO DE 2010

Magrelas rejeitadas

Por: Fernando De Maria

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O crescimento contínuo da frota de veículos na região reflete o trânsito cada vez mais insuportável. O Instituto de Qualidade Automotiva (IQA), órgão que atua no setor de reparação automotiva, calcula que em cinco anos a frota de carros na região, próxima aos 500 mil automóveis na atualidade, será acrescida em 25%, chegando a 625 mil, índice 2,5 vezes maior que a média nacional. O VLT – Veículo Leve sobre Trilhos é apontado como alternativa para amenizar os impactos. Porém, até entrar em funcionamento, muitos trilhos ainda serão percorridos.
Com custo-benefício bem atraente, as ciclovias se tornaram, na prática, uma das mais importantes formas de deslocamento entre os moradores. O crescimento da malha cicloviária regional, hoje em torno de 200 quilômetros, deve ser incentivado por todos. Até o final do próximo ano, esse número deve dobrar, interligando quase todos os municípios da região.
As vantagens das bicicletas são inúmeras. Não são poluentes, nem fazem barulho. Oferecem baixo risco de acidentes e de despesas, além de contribuírem para a melhora da qualidade de vida, por meio de exercícios físicos aos seus ocupantes. Vantagens indiscutíveis na comparação aos demais meios de transporte. Mesmo em dias de chuva, elas são vistas pelas ruas por trabalhadores que pedalam para chegar ao seu destino.
Estimam-se que 100 mil bicicletas circulem em Santos diariamente, a maior parte de ciclistas provenientes dos municípios vizinhos. Por isso, qualquer tipo de investimento na malha cicloviária deve ser incentivado. Hoje, a Cidade conta com 20,9 quilômetros de extensão e ganhará até março de 2011 mais sete quilômetros, por meio das ciclovias das avenidas Ana Costa e Pinheiro Machado, ligando a orla da praia ao Centro, via túnel.
O crescimento no volume de opções aos ciclistas não vem acompanhado, no entanto, no aumento de paraciclos ou bicicletários de forma que o ciclista se sinta seguro em guardá-las enquanto realiza suas atividades a pé, algo comum em países europeus acostumados ao uso da bicicleta como meio de transporte.
A ciclovia já chega ao Centro de Santos, porém raros são os locais onde guardá-las, fato que desestimula qualquer cidadão, que é obrigado a prendê-las nos postes, envoltas em correntes. Ao todo, a Cidade conta apenas com 337 vagas disponíveis em áreas públicas.
Situação pior está na iniciativa privada. Raros são os estabelecimentos que oferecem este serviço, contrariando a Lei 528/05, que determina 5% de vagas para bicicletas (além do total do estacionamento). Ou seja, se um shopping, por exemplo, oferece mil vagas para carros, deve destinar mais 50 para as bicicletas, tendo, é claro, segurança. Sem fiscalização, tais estabelecimentos descumprem a obrigato-riedade. A prática, portanto, vai na contramão das discussões sobre sustentabilidade e qualidade de vida. Lamentável.

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