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05 DE JULHO DE 2016

Maior integração

Por: Fernando De Maria

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No final do mês serão completados 20 anos da assinatura do decreto do então governador Mário Covas que criou a Região Metropolitana da Baixada Santista, a primeira fora da Capital. Um marco para que efetivamente os moradores pudessem sentir na prática uma integração entre os nove municípios atendidos, de Bertioga a Peruíbe.

Nestas duas décadas, o crescimento populacional aumentou 30,5% passando de 1.352.566 para 1.765.431. A região representa cerca de 4% do eleitorado, mesmo percentual no número total de moradores do estado assim como na arrecadação.

Apesar dos discursos políticos falarem ao contrário, na prática pouco avançou em relação à metropolização para o cotidiano da população. Não faltam exemplos para ilustrar esta realidade.
Mesmo com a melhora da distância social na última década, as disparidades são enormes entre áreas da própria Baixada. Pode-se tomar como exemplo o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, referência para orientar as disparidades sociais. O índice mais alto entre as cidades da região ocorre entre moradores do Boqueirão, em Santos, com 0,956, mais da metade dos piores indicadores existentes em bairros carentes de Praia Grande e Guarujá.

Não à toa, pouco tem sido feito para minimizar o déficit habitacional que atinge milhares de famílias, a ponto de cidades como Guarujá terem quase 1/3 de seus moradores residindo em áreas periféricas. Situação não muito distante de São Vicente e Cubatão.

A favelização contribui para o crescimento da criminalidade, um dos maiores problemas regionais. Não bastasse, ela tem relação com a falta de saneamento básico, que afeta a qualidade da água, atingindo diretamente o turismo, importante fonte de receita aos municípios.

Quanto ao transporte metropolitano, há uma mistura de opções, nem sempre integradas. As barcas que ligam entre Santos-Guarujá fazem a mesma rota. As linhas intermunicipais pouco sofreram alterações. O VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, após décadas de espera, caminha para ser uma realidade, mas o seu trajeto ainda é limitado e justamente os moradores que mais necessitam deste tipo de transporte, como os da área continental de São Vicente e os de Praia Grande, foram deixados de lado até o momento.

Um exemplo recente desta falta de conexão política de ações metropolitanas ocorre na área da saúde. O Hospital dos Estivadores terá efetivamente um papel regional, em razão da carência de leitos nas demais cidades da região. Apesar desta realidade, não se percebe um empenho coletivo desta luta para abertura de mais vagas no setor, o mesmo valendo para hospitais de Cubatão, Praia Grande e Guarujá. Afinal, nossa proporção de leitos/habitantes é pior que a média paulista e do País, chegando a ridículos 1,55. Assim, infelizmente, na prática, estes 20 anos estão longe de serem efetivamente comemorados pela população.

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