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Opiniões

14 DE NOVEMBRO DE 2017

Mais fisiologismo

Por: Fernando De Maria

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Presidente Temer: risco de mais fisiologismo em troca de aprovação pela Câmara Federal. Foto: Divulgação

Depois que o governo Temer ter jogado a toalha em relação à Reforma da Previdência, aceitando um remendo tímido, fato responsável em balançar o mercado financeiro no início da semana, eis que, entre biscoitos, brioches, sucos e cafés na manhã da última quinta (9), as lideranças do Executivo e Legislativo nacional resolveram apaziguar os ânimos e colocar um norte para que o tema volte à baila e anime o mercado.

Ficou claro que o fisiologismo – cujo preço foi cobrado em momentos recentes com o festival de emendas parlamentares em troca de votos favoráveis à manutenção do presidente Temer no cargo em duas votações a qual ele foi acusado de ilicitudes pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reinará novamente.

Ou o governo faz uma reforma ministerial ou o tema previdência deixará de ser prioridade no Congresso Nacional. Simples assim.

Assim, uma troca ministerial deverá ocorrer até o final deste mês para acomodar os partidos famintos por cargos, ainda mais às vésperas das eleições gerais no próximo ano.

Esta relação espúria – cargos públicos e poder – é uma combinação perigosa, a qual a população brasileira já se habituou a acompanhar, como nos casos da Petrobras, Correios, só para citar alguns.

O cenário é preocupante – em 2024 a União só terá dinheiro para bancar os gastos com a Previdência, folha de pagamento, saúde e educação. O restante ficará sem recursos.

No encontro, dois fatores foram estipulados pelas lideranças partidárias: o governo precisa fazer uma campanha publicitária para explicar à população sobre a importância da reforma de forma a reduzir o desgaste dos parlamentares que decidirem votar a favor das mudanças.

Ou seja, querem usar dinheiro público para minimizar os desgastes que os adesistas sofrerão.

Meios de comunicação

Sem contar que boa parte dos meios de comunicação, especialmente emissoras de rádio e TV, estão nas mãos de parlamentares ou pessoas ligadas às agremiações partidárias.

Ganha-se, portanto, duplamente.

Segundo, foi exigida a reforma ministerial, especialmente com a redução do espaço do PSDB no governo, partido cada vez mais esfacelado. Agremiações fieis menores se irritam em saber que os tucanos têm quatro ministérios, mas são dúbios quando votam projetos de interesse do governo – além da divisão de votos nas denúncias contra Temer.

Sem a reforma nem a campanha publicitária, a base permanecerá insatisfeita e o projeto – tão defendido pelos parlamentares aliados como a salvação da lavoura – irá virar mais um toma-lá-dá-cá, com o fisiologismo imperando.

O governo fará uma proposta mais enxuta (50% do original, conforme reconheceu o ministro Henrique Meirelles, conformado com as concessões).

E assim, teremos uma reforma meia-boca, a ser completada no futuro.

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