A substituição do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, pelo professor Abraham Weintraub, revelou a disposição do atual governo em corrigir rumos da Administração Federal, a partir do reconhecimento do baixo desempenho ou inabilidade no cargo apresentado pelos atuais titulares das pastas ministeriais.
Área prioritária e estratégica para elevar o patamar de desenvolvimento social e econômico do País, a Educação há muito carece de políticas mais consistentes, especialmente no atendimento das demandas do ensino básico.
Indicadores do IBGE revelam que o Brasil ainda levará algumas décadas para se livrar de um problema crônico: o analfabetismo, que hoje atinge, proporcionalmente, um em cada dez brasileiros, um imenso contingente suscetível às situações de exclusão e preconceito.
A manutenção dessa realidade em níveis incondizentes com uma nação que se almeja próspera e desenvolvida resulta do continuísmo das práticas de políticas governamentais ineficientes, sobretudo pela adoção de campanhas de mobilização ineficazes, má qualidade do ensino público como um todo e à falta de oferta de cursos de educação de jovens e adultos para que os alfabetizados possam continuar os estudos.
Apesar de constar na relação de prioridades estabelecidas pela quase totalidade das administrações públicas, o ensino básico brasileiro há muito carece de projetos contínuos que efetivamente assegurem o acesso a todas as camadas da população, promovam a melhoria das condições estruturais e recursos pedagógicos e, principalmente, assegurem níveis salariais para manter e atrair professores de qualidade reconhecida.
Mais do que quitar uma dívida social com a população brasileira, o investimento maciço em projetos dirigidos à educação fundamental denotam a única estratégia capaz de garantir um futuro de crescimento econômico sustentável, por meio da formação de gerações preparadas para os novos desafios tecnológicos e dotadas com a capacidade de entender, cumprir deveres e exigir os plenos direitos de cidadania.
Torna-se igualmente necessário estimular um maior envolvimento de setores da sociedade civil, que devem ser convidadas a participar com propostas de aprimoramento das bases educacionais e contribuir com o acréscimo de investimentos privados na ampliação da qualidade do ensino oferecido. Apenas a cobrança da responsabilidade que cabe ao Estado tem se revelado insuficiente para resolver um problema que, afinal, interessa a todos os brasileiros, sem distinção.
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