A Fundação Seade recentemente revisou o Mapa da Indústria em São Paulo, expandindo a série temporal do Valor da Transformação Industrial (VTI) para abranger os anos de 2003 a 2020.
Essa atualização inclui dados detalhados para todas as 24 divisões industriais nos 645 municípios do estado.
Esse trabalho contempla uma grande lacuna do sistema estatístico nacional.
Depois que o IBGE mudou o eixo das pesquisas econômicas, abandonando a estratégia de censos econômicos quinquenais por pesquisas amostrais anuais a partir de 1994, a divulgação dos resultados das pesquisas estruturais passou por um grande avanço: agora mais leves, as pesquisas anuais diminuíram para dois anos a defasagem dos dados em relação à data de referência da pesquisa.
Os dados das pesquisas anuais, entretanto, são divulgados apenas para as Unidades da Federação e, nesse sentido, o sistema estatístico ficou carente de informações sobre a indústria nos municípios.
Sem informações sobre a atividade industrial, os dados de emprego formal passaram a ser utilizados como substitutos da produção.
Todavia, ao longo do tempo, o emprego e a massa salarial passam a ser substitutos imperfeitos da produção industrial em termos de valor em razão de múltiplos fatores, a maioria deles associados às mudanças técnico-produtivas e organizacionais que poupam trabalho.
Como recuperar as informações sobre a estrutura industrial dos municípios sem voltar aos Censos Econômicos – dispendiosos, demorados e ineficientes?
A resposta está na integração dos registros fiscais ao sistema de Contas Regionais, realizada a partir do intercâmbio técnico e de informações entre as equipes da Fundação Seade e da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.
Utilizar registros administrativos fiscais como fonte de dados apresenta uma vantagem significativa: torna as pesquisas mais econômicas em comparação com levantamentos diretos.
Essa economia de recursos permite que mais estudos sejam realizados, ampliando o escopo de análise e fornecendo uma base de dados mais robusta para a formulação de políticas públicas.
Além disso, a integração desses registros contribui para uma análise mais aprofundada e precisa da geografia industrial paulista, facilitando a identificação de tendências e desafios específicos da indústria em diferentes regiões do Estado.
Esse produto não ficará limitado à análise dos municípios. Para o período 2007-2020, organizamos a base da Pesquisa Anual da Indústria a partir das divisões da indústria de transformação, permitindo comparar o Estado de São Paulo e o agregado dos demais Estados da Federação em termos de salário, salário médio e produtividade em valores correntes e valores constantes.
Vagner de Carvalho Bessa, da Gerência Econômica da Fundação Seade
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