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Opiniões

12 DE NOVEMBRO DE 2010

Migração regional

Por: Fernando De Maria

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Apesar dos números divulgados pelo IBGE não serem definitivos, os primeiros resultados do Censo 2010 revelam que a região cresceu cerca de 113 mil habitantes – número semelhante ao  total de moradores de Cubatão na atualidade. A média percentual regional foi próxima à paulista, com 7,6% de crescimento na década, contra 7,8% no Estado e 9,4% no País.
Os dados ainda não são conclusivos – só devem ser finalizados até o final do mês -, mas as variações praticamente não sofrerão oscilações dentro dos números já apresentados pelo fato dos trabalhos de campo do Censo já estarem na fase final.
Neste aspecto, fica evidenciado que se Santos fosse um país, estaria na Europa e não na América do Sul. Por falta de áreas livres, o Município tem cada vez perdido moradores para cidades vizinhas em razão da valorização  do metro quadrado (alguns empreendimentos já cobram R$ 7 mil o m2 de área construída). Além disso, há demanda na equação oferta e procura, mostrando que o valor deve crescer ainda mais.
A taxa negativa de 2,5% (queda de 10 mil moradores em relação ao censo de 2000) reflete também uma realidade presente, com o envelhecimento cada vez maior da população – segundo a Fundação Seade 17,6% dos santistas têm mais de 60 anos, média 50% superior à paulista – e a consequente queda na taxa de fecundidade. Ou seja, mais idosos e menos crianças. Cada vez mais.
O reflexo desta migração está presente nas cidades vizinhas. À exceção de Guarujá (cuja expansão é limitada em razão de sua característica geográfica insular), os demais municípios crescerem em termos populacionais.
Em percentuais, Bertioga aumentou em 15 mil o total de moradores, passando de 30 mil em 2000 para 45.700 na atualidade (aumento de 52%). Em números absolutos, o incremento disparado ocorreu em Praia Grande com uma gordura populacional de 30%, o equivalente a inserção de 60 mil novos moradores em tão pouco tempo – é como se a população de Peruíbe atual migrasse em sua totalidade para o município, que, se mantiver este ritmo, será o mais habitado da região em menos de duas décadas.
Ressalte-se que o maior crescimento populacional em termos percentuais ocorreu justamente nos municípios mais distantes de Santos. Ou seja,  até as cidades mais próximas, como São Vicente e Guarujá, são afetadas pela valorização  dos seus imóveis contribuindo para a migração regional.
Saliente-se, é claro, a própria vinda de moradores de outras localidades que acabam se instalando por aqui para viver à beira-mar. Praia Grande é um exemplo, pois o percentual de moradores acima de 60 anos é expressivo.
Portanto, os números do IBGE, ainda que não conclusivos, devem servir de parâmetros às autoridades para planejar ações que prevejam as mudanças demográficas, com o contínuo  deslocamento da população para áreas mais distantes dos grandes centros, garantindo melhores condições de estrutura, transporte, saúde e habitação para atender à nova realidade.

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