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Opiniões

04 DE JANEIRO DE 2025

Modelo insustentável

Humberto Challoub

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O País inicia o ano vivendo a contradição de ter obtido bons resultados com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a consequente queda da taxa de desemprego, porém com sintomas preocupantes gerados pelo desequilíbrio fiscal nas contas do Governo Federal.

Isso porque, ao final, a injeção de recursos públicos para alavancar o crescimento do consumo e da atividade produtiva, especialmente nos setores de bens e serviços, foi o grande responsável pelos números positivos.

Exemplos recentes indicam que políticas econômicas bancadas pelo Estado não são sustentáveis, contudo podem criar ambientes propícios para o estabelecimento de metas possíveis de serem alcançadas em médio e longos prazos.

O início de novos governos municipais cria um cenário favorável, com a perspectiva de aumento de postos de trabalho a partir do ingresso de novos investimentos.

Nesse sentido, mais do que nunca é necessário o estabelecimento de bases sólidas à política econômica, a partir da introdução de novos conceitos compromissados com o equilíbrio fiscal, sob o preceito de que não se pode gastar além do que é possível arrecadar.

Assim, apesar do quadro de indicadores nominais favoráveis em alguns setores, é preciso atuar com prudência para conter os arroubos de ufanismo, uma vez que as conquistas desejáveis para o País demandarão a transposição de obstáculos relevantes e a adoção de medidas imprescindíveis para conduzir a Nação ao patamar de desenvolvimento almejado.

Não obstante o fim de mais um período de embates políticos decorrentes do processo eleitoral, que mais uma vez propiciou a propagação de retóricas demagógicas e populistas, ao Brasil se impõem desafios de superação de problemas crônicos que, se não enfrentados de forma prioritária e integrada, acabarão por comprometer o ritmo de crescimento permitido pela abundância de recursos naturais à disposição.

Também há muito já se sabe que sem uma política educacional consistente – dirigida a forjar novas gerações de brasileiros melhor habilitados ao convívio social e à prática profissional -, aliada às melhorias das condições estruturais, nas áreas da saúde, assistência social e meio ambiente, toda a riqueza produzida terá pouca serventia.

Mais do que contar com recursos naturais disponíveis, o País necessita, a partir de agora, adotar práticas inteligentes para garantir a criação e manutenção consistente dos programas dirigidos aos que mais precisam.

As consequências danosas da reprodução do modelo perverso de distribuição de renda já são por demais conhecidas porque têm condenado milhares de brasileiros à pobreza e ao atraso.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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