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Opiniões

17 DE FEVEREIRO DE 2025

Museu do livro esquecido

José Renato Nalini 

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A tentativa de converter São Paulo na “Capital da Resiliência” também passa por explorar suas atrações.

É uma cidade multifacetada, complexa, sedutora e instigante.

Quem sabe, por exemplo, quantos museus existem na capital paulista?

Mais um deles encontra-se à disposição, podendo ser visitado aos sábados e domingos, das dez às dezessete horas.

Fica na Rua Santa Luzia, 31, na Sé. Chama-se “Museu do livro esquecido”.

Uma tentativa de restaurar o amor por esse objeto que parece ter caído de moda, ao menos para os milhões de brasileiros que deixaram de ler nos últimos anos.

Entretanto, o livro – assim como a árvore – é o melhor amigo dos humanos.

Permite viajar sem pagar passagem, nem exibir passaporte.

Mais ainda, penetrar na mente de pessoas com as quais existe uma certeza: você nunca se encontrará pessoalmente com elas. Pois já deixaram esta esfera terrena e estão mergulhadas no mistério.

A exposição inaugural chama-se “A Solidão e a escrita” e contempla a escrita como uma eficiente maneira de lidar com a solidão.

Três escritoras nessa mostra: Carolina Maria de Jesus, a autora de “Quarto de Despejo”, Teresa Margarida da Silva e Orta, a primeira escritora brasileira e Christine de Pizan, a primeira que conseguiu sobreviver graças à escrita.

O museu fica num palacete construído por Felisberto Ranzini, que nasceu em Mântua e chegou ao Brasil com oito anos.

Estudou no Liceu de Artes e Ofícios, tornou-se renomado artista plástico, arquiteto, professor da Escola Politécnica entre 1921 e 1949 e do próprio Liceu.

Atuou no escritório de Ramos de Azevedo e ajudou a construir o Mercado Municipal da Cantareira e a Casa das Rosas.

Para sua família, edificou o palacete onde hoje está o Museu do Livro Esquecido, que merece uma visita de todos os que se interessam pelo livro e pela arquitetura da qual pouco resta na febricitante megalópole que é a maior cidade do Brasil e a quinta do mundo.

O nome do museu já é uma metáfora: pede que o leitor não se esqueça dos livros físicos.

Eles merecem sobreviver.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.  

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