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Opiniões

30 DE SETEMBRO DE 2022

Não era bobagem?

Por: Da Redação

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Os céticos do aquecimento global afirmavam que os vaticínios de crises eram fruto do catastrofismo de ambientalistas pagos por ONGs milionárias.

A teoria da conspiração pretendia provar que tudo não passava de ideologia de esquerda, pretendendo frear o ritmo alucinante do capitalismo selvagem.

O que dirão hoje, se estiverem atentos ao que ocorre no verão europeu? Ou será que não leram notícias de que nunca fez tanto calor na Velha Europa, que o rio Loire se converteu num leito seco, que é possível atravessar a pé?

O Reno está sem água para transportar carvão. A Alemanha já não usava mais carvão, mas a guerra da Ucrânia fez com que ela voltasse a fazê-lo, diante da falta de gás russo.

Não se via seca igual na Itália desde 1800! A produção de arroz arbóreo já foi prejudicada. Na Inglaterra, incêndios perto de Londres deixaram milhares sem moradia. Mas na Noruega, geralmente gelada, as ovelhas ficaram atoladas na lama e os salmões não conseguem migrar para a desova.

A escassez de energia gerou incrível aumento de preço. As usinas nucleares da França tiveram de interromper o fornecimento por causa do aquecimento da água que resfria os reatores.

A temperatura ficou tão alta, que acabaria com os peixes rio abaixo. Isso mostra que tudo interfere em tudo e que não se agride impunemente a natureza.

Na China, o calor obrigou a fechar fábricas, a seca reduziu os rios, o abastecimento de água foi interrompido, assim como houve queda drástica de produção de energia elétrica. Todos foram obrigados a desligar o ar-condicionado.

Apagões e paralisações de fábrica interferem na economia e vai faltar arroz.

Sofrem os humanos, sofrem os animais, sofre a natureza. Tudo porque a humanidade, insensata e irresponsavelmente, resolveu acabar com a cobertura vegetal que mantinha equilibrados clima e temperatura.

A poluição, o desaparecimento dos cursos d’água, a densificação populacional, tudo contribui para mostrar a fragilidade da vida sobre este planeta e a urgência de providências muito sérias, sem as quais, qualquer espécie de vida se tornará mais do que difícil: será missão impossível viver num planeta exaurido e maltratado.

Será que ainda existe quem diga que aquecimento global é bobagem?

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras – 2021-2022

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