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21 DE DEZEMBRO DE 2022

Natal é todo dia!

Por: Da Redação

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O Natal é uma festa cristã, uma data simbólica para comemorar o nascimento de Jesus Cristo, definida no século 3.

Mas, por que no dia 25 de dezembro? E por que só foi definida quase 300 anos após a morte do Messias?

De certa forma, seus idealizadores cristãos usaram de uma estratégia ainda comum e muito eficiente: o sincretismo religioso, pois aproveitaram uma festa pagã: o dia do “Natalis Solis Invicti” (Nascimento do Sol Invencível), dedicado ao deus romano Mitra.

Não foi muito diferente com o Carnaval e a Lua de Mel, aliás.

Por conta disso nem todos os cristãos a comemoram nessa data. Mas os simbolismos e sincretismos continuaram a ser utilizados, como na União Soviética, onde a árvore de Natal foi convertida em árvore do Ano Novo. Festa é festa!

Modernamente, o Natal foi convertido num grande evento comercial, com o sentido religioso convertido em comilança desenfreada e troca de presentes.

É um período em que o “Espírito de Natal” está presente em filmes e músicas que raramente lembram o “aniversariante”, embora exaltem bons sentimentos.

Mas também é um tempo em que a solidão é mais doída, e o consumismo materialista torna os menos favorecidos e fragilizados mais tristes.

Felizmente, há quem olhe por eles, altruístas, bons samaritanos, gente do bem, que buscam fazer o bem, sem olhar a quem, sem nada exigir em troca.

Os cientistas atribuem o bem que isso faz à endorfina, e o cotidiano comprova que quem pratica o amor sincero, incondicional, recebe e transmite amor na mesma medida.

De fato, o amor é um bálsamo que, se não cura os males do mundo, ao menos os ameniza.

E um sorriso, abraço ou aperto de mão, não raro vale muito mais do que o mais caro presente, pois deixa marcas benfazejas e duradouras na alma.

Não importa ter uma religião ou ser ateu, o amor ao próximo deveria ser onipresente, e não com data marcada e compromissos obrigatórios, às vezes cheios de ostentação, mas vazios de bons sentimentos e intenções.

Festejos de Natal já interromperam guerras, mostrando o quão somos vítimas da megalomania, insanidade e inconsequência de quem as declara.

É uma data simbólica, de fato, e há quem não a comemore, por vários motivos.

No entanto, toda a oportunidade de lembrar do bem que nos foi divinamente legado, e que se renova no nascer de cada criança, esperança que renova o mundo, deve ser celebrada, sem estereótipos, sem hipocrisia, sem retóricas inúteis sobre supremacias religiosas ou ideológicas, sem prezar apenas por aparências ou convenções.

Mas, para quem não acredita em nada disso, se acha “doutor da lei” ou dono da “verdade”, despreza mercantilismos, não aceita sincretismos,  não gosta de uvas-passas no arroz ou de maçã na maionese, que ao menos valha uma certeza universal: o melhor presente que se pode dar ou receber em qualquer tempo é o respeito ao semelhante, apenas por ser humano, sem nenhuma outra exigência! Isso é o que nos aproxima de Deus, qualquer que seja sua denominação, e do Universo, do qual todos somos parte!

Nesse sentido, esse espírito do bem deveria estar presente todos os dias, e não apenas numa data simbólica.

O Natal deveria ser todo dia!

Sim, pois renascemos toda manhã! Reencontramos a vida a cada despertar!

Então, que todo dia seja um renascimento de tudo o que temos de bom, e solo fértil para tudo o que pudermos ter e dar de melhor ao mundo, ainda que seja no pouco espaço de nosso cotidiano, com as bênçãos de Deus e a luz que Cristo deixou sobre a Terra, que nos ilumina sem qualquer distinção!

Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e pesquisador universitário Membro da Academia Santista de Letras – ASL 

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