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08 DE NOVEMBRO DE 2022

O Agro e o Governo

Por: Da Redação

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Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) a demanda global de alimentos deverá aumentar perto de 70% até 2050.

Acontece que o Brasil é um dos únicos países do mundo em condições de atender uma grande parte desta demanda.

Temos água, terra, clima e estabilidade religiosa e política. Aí entra o papel dos próximos governantes.

Pensando na segurança alimentar não só do Brasil, mas do mundo, o desafio é produzir mais, sem desmate ilegal, conservando ou melhorando o ambiente e com justiça social. Neste ponto estamos na frente, com o Código Florestal e a regulamentação do trabalho rural.

Outro ponto que coloca o Brasil na vanguarda é o programa ABC+, Agricultura de Baixo Carbono, que existe, mas ainda precisa chegar mais efetivamente ao campo.

Para que o Brasil continue na liderança dessa revolução verde, é fundamental que o agronegócio esteja preparado, com os instrumentos corretos, planejamento, estratégia e investimento em infraestrutura e pesquisa.

Precisamos produzir mais na mesma terra, aumentar a produtividade. Embora alguns agricultores e pecuaristas consigam produtividades muito altas, como se observa em concursos de produtividade máxima, a média precisa melhorar.

Ainda temos muitos agricultores produzindo bem menos do que poderiam. Aí entra a Extensão Rural, assistência técnica, que foi praticamente desmontada em muitos estados.

Então são duas frentes a serem atacadas: melhorar a tecnologia para quem já a emprega, e fazer chegar à tecnologia aos que ainda não estão familiarizados.

Gargalos importantes precisarão ser ainda vencidos, como a melhoria da infraestrutura de transporte e de armazenamento, ampliação e facilitação do acesso ao financiamento de safras e seguro agrícola, entre outros.

Outro ponto fundamental: é urgente que o governo passe a enxergar o agronegócio como ele é – produtivo, amigo da natureza, eficiente.

É imperioso que se abandone o discurso ideológico. Pequenos, médios e grandes produtores, cada um tem seu papel na produção, e não são exclusivos.

É necessário que os produtores tenham segurança jurídica para investir e produzir. Quem alimenta o mundo é a agricultura convencional, mas outros métodos de produção como agricultura orgânica, biodinâmica e suas variações têm seu lugar, seu nicho de consumo, então todos os tipos de produção são importantes.

Enfim, seria importante que o novo ministro da agricultura continue o bom trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos 20 anos.

É fundamental que o ministro tenha a confiança dos produtores. Um ministério que busque novos mercados, pois não podemos depender tanto da China.

Precisamos conquistar mercados mais sofisticados, e mais exigentes.

Ciro Rosolem é membro do Conselho Científico Agro Sustentável e Professor da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP.

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