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24 DE MARÇO DE 2022

O Brasil, a Europa e a mobilidade urbana

Por: Da Redação

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O Brasil ainda está atrasado em muitos quesitos frente a outros países, principalmente na questão de mobilidade urbana. Hoje enfrentamos as consequências de uma cultura que priorizou o investimento na indústria automobilística, então, o deslocamento individual se tornou referência e o incentivo ao uso de outros modais não é uma realidade.

Ligado a isso, o investimento em planejamento urbano voltado totalmente para carros colaborou para o surgimento de problemas de mobilidade que perpetuam até hoje.

No contexto atual, os problemas enfrentados pelos brasileiros relacionados a mobilidade urbana ainda crescem — acidentes de trânsito, pouco investimento em transportes alternativos, falta de segurança e precariedade no transporte público.

Os problemas são complexos, e é necessário um esforço de diversas frentes para que sejam amenizados. De uma forma geral, o país precisa da união de iniciativas inovadoras e grandes investimentos para que a população tenha mais qualidade de vida ao se deslocar.

Equiparar o Brasil com alguns países europeus referência em mobilidade chega a ser um jogo baixo. Holanda, Paris e Alemanha, por exemplo, são países mais velhos e que estão em um nível de maturidade bem maior, e a mobilidade também entra nesse processo de maturação.

Além disso, países menores e com uma densidade populacional também pequena, fica mais fácil controlar a circulação de pessoas nas cidades e ter um planejamento urbano voltado principalmente para pedestres e ciclistas.

Com dimensões territorial de nível continental e uma população que passou das 200 milhões de pessoas circulando, o Brasil sofre mais ao solucionar problemas de mobilidade urbana e teve dificuldade em acompanhar o rápido processo de urbanização.

Em contrapartida, algumas medidas importantes podem ajudar a reverter esse cenário: investimento e incentivo do uso de transporte público — aumento da frota, aumento da qualidade dos ônibus e metrôs – diversificação dos combustíveis, aumento do número de ciclovias e redução de automóveis particulares são medidas importantes para começar a melhorar o deslocamento de todos em grandes cidades.

A tecnologia também é uma grande aliada para melhorar o transporte público. Em São Paulo, a maior cidade da América Latina e com 9 milhões de usuários de transporte público, os desafios são mais latentes. Assim, soluções aparecem para auxiliar no desenvolvimento de mobilidade urbana.

Já chegou, por exemplo, o pagamento de tarifa através de um QR Code, que automatiza o dia a dia do passageiro, evita o contato com dinheiro, otimiza o pagamento e colabora com o meio ambiente, já que há a redução de emissão de bilhetes de papel.

Ainda há um longo caminho para percorrer, sobretudo no transporte público. Mas, hoje também existe uma preocupação principalmente das empresas privadas em buscar questões relacionadas a qualidade, segurança, opções sustentáveis e incentivo a outros modais para os brasileiros.

Vale destacar que a tecnologia é primordial para trazer novas soluções que possibilitam aos usuários ter mais comodidade e segura, mas o investimento adequado para o desenvolvimento de soluções é indispensável.

Rodrigo Von Uslar Petroni é CEO e cofundador da UPM2, startup paulista que desenvolve soluções para mobilidade urbana.

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