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Opiniões

16 DE FEVEREIRO DE 2017

O Reino dos Corações

Por: Da Redação

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“Andei com esses pensamentos estranhos ultimamente…isso tudo é real ou não?”

Criar franquias não é algo simples, ainda mais se tratando do mercado de games. A Squaresoft (atual Square-Enix) já tinha em sua posse jogos com uma fama acentuada. Em 2002, Final Fantasy chegava em sua 11ª edição, três anos antes Chrono Cross continuava a saga épica iniciada em Chrono Trigger (alcançando uma marca 10.0 na publicação Gamespot, dada a jogos específicos como Uncharted 4: A Thief’s End; The Witcher 3: Wild Hunt; The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Soul Calibur). E não apenas os dois, assim como Vagrant Story, Legend of Mana, Xenogears Parasite Eve II e demais sucessos que a empresa cultivava. Como três crianças poderiam trazer um dos nomes mais fortes do mundo dos jogos? Qual era a “chave” para o sucesso?

IMAGEM 1A Squaresoft, famosa por Final Fantasy, conseguiria unir a Disney ao seu imenso hall de personagens?

Arriscando a sua própria imagem, a Squaresoft colocou seu nome na história de Sora, Riku e Kairi. Vivendo numa ilha afastada de tudo, os três sonham em sair daquele local e conhecer novos mundos. Agora lhe pergunto, cara leitora / caro leitor, como a empresa ousou inserir numa história “simples” a ideia de multiversos (caso não compreenda o que significa o termo, quer dizer “Terras Paralelas”, a “Teoria das Cordas”), personagens das mais variadas origens como Disney (e seus infinitos filmes e desenhos) e da própria Squaresoft (com personagens de Final Fantasy e The World Ends With You) numa luta entre o “bem e o mal”?

Em resumo, o rei Mickey desapareceu e deixou uma carta aos seus fiéis escudeiros: Donald e Pateta, explicando que deveriam se encontrar com o dono da “chave” para o encontrarem posteriormente. Enquanto isso, Sora, Riku e Kairi, três crianças simples tentam sair de sua ilha, sendo atacados por seres sombrios e desaparecendo em meio do confronto. Acordando em outro local, Sora, o protagonista, se encontra com Pluto, Donald e Pateta e se revela possuir a habilidade de usar a Keyblade, a arma lendária em forma de chave que abre as portas para os mais diversos mundos. Enquanto Sora procura seus amigos e Pateta e Donald procuram pelo rei Mickey, descobrem nos mais diversos mundos Disney que as princesas clássicas estão sendo raptadas com um objetivo sombrio em andamento…


IMAGEM 2Sora e seus amigos descobrem não apenas sua missão, mas também a si próprios nesta grande aventura

 Pode parecer um tanto infantil e bobo, a princípio e concordo, mas essa é a principal tarefa do game. Ao seu princípio, Sora e os outros são crianças, sem a menor noção do que é certo e errado, de como a vida realmente é…assim como os personagens Pateta e Donald, que vivem em “contos de fada”. Os vilões se unem e não trazem apenas atos ruins, mas planos elaborados que colocam dúvida nos corações dos heróis e o fazem se questionar se a vida não é apenas “preto ou branco”, sendo preenchido por diversas camadas de cinza (sem referências a certo material cinematográfico).

Com o desenrolar do primeiro game e seu desfecho, é descoberto (sem spoiler, fique tranquila/tranquilo) que a trama envolve não apenas as princesas e havia um palco se formando para os grandes personagens realizarem seu “espetáculo” por um objetivo maior. Quando a história lhe situa do que realmente está acontecendo entre Sora, Riku e Kairi, onde o desaparecimento do rei Mickey e seus súditos entram nessa história, assim como os personagens de Final Fantasy e seus vilões, você percebe o que é uma verdadeira construção de enredo ao seu redor.

 Ao contrário de Final Fantasy XV, por exemplo, que entrega um enredo épico em suas mãos que lhe permite acompanhar a história já sabendo “onde pisa”, Kingdom Hearts age totalmente diferente. Ele permite que acompanhe o crescimento de cada personagem, desde sua “pureza” até o momento que se vêem “guerreiros”, tentando defender seus ideias contra os principais vilões. Ele passa a transição entre o infantil à seriedade de ter a responsabilidade em suas mãos.
IMAGEM 3

O caminho a seguir pode não ser simples ou tranquilo, mas é bom ter em mente onde quer chegar

Além da trilha sonora, cativante em seu instrumental e vocal da Utada Hikaru, dos gráficos realistas (experimente entrar no mundo de Piratas do Caribe em KH2 e ver atores e desenhos Disney contracenando juntos), dos 12 jogos com uma ligação estruturada e que contribuía à história de forma plena e da construção de um épico crossover entre universos distintos, Kingdom Hearts é um jogo que lhe faz ver como passamos de crianças a adultos. O caminho que devemos seguir, as escolhas que devemos fazer, as coisas que abrimos mão em prol de algo “melhor”.

Ainda que esteja no caminho “errado”, ele também é um jogo sobre redenção. Sem spoilers parte 2, alguns oponentes que encontra no caminho vêem como as escolhas os levaram para o rumo contrário que desejavam a princípio e se esforçam para voltar à “luz”. E a vida não é assim? Nem sempre tomamos as melhores opções ou fazemos o que é correto. Não ajudamos sempre, nem fazemos apenas o “bem”. Somos humanos. E a redenção, o ponto onde vemos que não estamos agindo certo (seja conosco ou com as pessoas ao redor) e fazemos algo a respeito também faz parte do crescimento. De nossa evolução.
IMAGEM 4

Kingdom Hearts está próximo de sua finalização e o que o capítulo final trará para concluir a história de Sora? 

Kingdom Hearts está chegando ao seu terceiro jogo, com data a ser anunciada, mas deixou um grande legado de 2002 para cá. Foram 15 anos acompanhando as aventuras de Sora e seus amigos contra a vindoura “Guerra de Keyblade”. Ver a forma que personagens como Simba, Ariel, Mulan, Hércules e outros se portam perante uma ameaça maior, algo que coloque-os ao limite e vemos a verdadeira natureza de suas virtudes sendo construídas além do que vimos nos desenhos animados é um laço com nossa infância, mas também uma memória de que crescemos, assim como eles.

 

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