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Opiniões

05 DE JANEIRO DE 2012

Ódio e amor às sacolas

Por: Fernando De Maria

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As sacolas plásticas, as que os cidadãos recebem no comércio, estão com os dias contados. A partir do dia 25, supermercados paulistas deixarão de entregá-las ao público, que deverá encontrar alternativas para carregar suas compras, seja em caixas, sacolas ou unidades plásticas feitas com amido de milho, cujos valores irão variar de R$ 0,19 a R$ 0,25 por unidade.


A decisão, que conta com o aval do Governo do Estado, é uma iniciativa da Associação Paulista dos Supermercados. No blog www.vamostiraro planetadosufoco.org.br, um relógio com contagem regressiva destaca o fim do prazo do uso das sacolas plásticas, que ganharam espaço no cotidiano das pessoas a partir dos anos 80.


Por sua vez, o site www.plastivida.org.br, da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas, pondera as vantagens do uso das mesmas, destacando seus benefícios, apontando que 100% delas são recicláveis. No entanto, em outra seção do site, informa-se que apenas 20% deste material acaba sendo reciclado. O resto vai para o lixo comum.


Conforme o site dos supermercados, “somente na Baixada Santista consome-se mensalmente 114 milhões de sacolas descartáveis (425 toneladas) e 1,3 bilhão de sacolas por ano. Em Santos, o consumo delas soma 299 milhões ao ano”. A maior parte tem como destino os bueiros, vias públicas e, por fim, os mangues, praias e os aterros sanitários, como atesta o secretário municipal de Meio Ambiente, prof. Fabião.


Louva-se a iniciativa de se abolir as sacolas plásticas em razão dos danos ambientais que  provocam. Afinal, a preocupação com o meio ambiente exige atitudes enérgicas. Mas também não se pode negar que as redes de supermercado terão uma diminuição considerável nos seus custos com o fim da compra de sacolas plásticas (estimativas apontam uma economia de R$ 70 milhões). Esta queda no custo certamente não será repassada ao cliente. Além disso, para trabalhar de forma global, os supermercados deveriam criar pólos de recolhimento de materiais recicláveis (alguns já o fazem) e garantir alternativas gratuitas à população para realizar suas compras.


Outra questão interessante é que, com o fim das sacolas plásticas oferecidas pelos supermercados, qual será o comportamento das pessoas em relação ao lançamento do lixo doméstico. Hoje, vemos milhares de sacolinhas espalhadas nas calçadas antes da coleta do lixo. Sem elas, como as pessoas descartarão o lixo? Os antigos latões e as lixeiras nos corredores dos prédios, que já estão aposentados há tempos, voltarão? 


O presidente do Sicon, sindicato dos condôminios, Rubens Moscatelli, reconhece que o assunto precisa ser debatido. Afinal, são 15 mil condomínios em todo o litoral (de Ubatuba a Peruíbe), sendo 6 mil apenas em Santos. Afinal, lixo não faltará. O que faltará mesmo serão as sacolinhas para recebê-lo.

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