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Opiniões

13 DE MARÇO DE 2016

Óleo de peroba

Por: Fernando De Maria

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A cada dia, a população se surpreende com a cara de pau dos governantes. É ex-presidente negando o óbvio, é presidente realizando visita de cortesia particular usando a estrutura presidencial para fazer o afago a terceiros com dinheiro público.

Ou ainda o prefeito que grava um vídeo risível e o disponibiliza na internet dizendo que está tudo bem e a população não precisa se preocupar, enquanto policiais vasculham seu gabinete e a própria casa a ponto de até seu secretário de Assuntos Jurídicos ser preso por associação à uma quadrilha envolvendo o crime organizado; é deputado que falsifica assinatura no Comitê de Ética e volta atrás alegando que misturou álcool e remédio.

É senador envolvido nos mais variados escândalos, mas que consegue permanecer no poder, algo não tão diferente ao que ocorre com membros do alto e baixo cleros da Câmara dos Deputados. Ah, se a Receita Federal fosse mais atenta às movimentações bancárias e empresariais de tantos políticos e familiares como fazem com o cidadão comum …

Ou o governante que adora tocar obras intermináveis, fazendo a alegria das empreiteiras com sucessivos aditamentos contratuais, onerando ainda mais os cofres públicos, enquanto faltam serviços básicos à população.

Enfim, vivemos uma zorra e a cara de pau de boa parte dos políticos, independente de filiação partidária, virou folclore. Infelizmente. E o pior é que a população continua elegendo figurinhas desprezíveis presentes em um álbum velho que, sem uma reforma política séria, permanecerão.

Neste domingo (13), o povo vai às ruas para protestar contra a corrupção que se espalha pelo País, cujos holofotes surgiram com a Operação Lava-Jato, que, espera-se, consiga alterar as relações espúrias existentes entre Poder Público e iniciativa privada abastecendo as contas bancárias de políticos e assessores.

Mas a luta não se pode se resumir a um partido, que deve pagar pelos seus erros, mas cujas práticas não diferem de outras agremiações, que sobrevivem como um balcão de negócios, engordando as contas bancárias dos seus presidentes e asseclas. A ideologia partidária brasileira representa, na maioria das vezes, a barganha política em troca de dinheiro e poder.

Um país sério não pode ter mais de 32 partidos, todos mamando com os recursos do fundo partidário, abastecidos com dinheiro público. E o povo? Que se dane, diria Justo Veríssimo, um retrato fiel do político brasileiro, personificado pelo humorista Chico Anysio.

Assim, encaixa-se perfeitamente a expressão que o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, citou durante o programa Entrelinhas, na Rádio Santos FM, em entrevista ao jornalista Rafael Motta. Apesar de citá-la em um contexto regional, ele disse que havia muita ‘hipocrisia’ na política.

Pelo dicionário, o substantivo significa fingimento, falsidade, originária da representação do teatro grego onde os atores usavam máscaras para não mostrar a verdadeira face. Síntese perfeita desta representação teatral, onde resta à plateia apenas pagar caro pelo ingresso. Está na hora de dar um basta!

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