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Opiniões

09 DE DEZEMBRO DE 2019

Os desafios da educação

Por: Humberto Challoub

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Os resultados da avaliação Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados esta semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais uma vez atestaram a baixa qualidade da educação no Brasil. Referência mundial, o programa mediu, no ano passado, o desempenho de 600 mil estudantes de 15 anos, em 79 países. As pontuações obtidas pelos 10,7 mil estudantes de 638 escolas brasileiras que participaram da avaliação, colocam o País no nível 2 em leitura, no nível 1 em Matemática e também no nível 1 em Ciências, em uma escala que vai até 6. Pelos critérios da OCDE, o nível 2 é considerado o mínimo adequado.

Ao todo, quase metade, 43,2% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível 2 nas três disciplinas avaliadas. Na outra ponta, apenas 2,5% ficaram nos níveis 5 e 6 em pelo menos uma das disciplinas.

Os estudantes chineses, por sua vez, foram os que obtiveram os melhores índices, resultado de uma nação que planejou a longo prazo, investiu generosos recursos na formação humana e, por isso, vem conquistando seus objetivos. A partir daí, novos conceitos foram estabelecidos e os excelentes resultados do esforço chinês estão sendo colhidos em um mercado global cada vez mais aberto, exigente e conhecedor do aproveitamento das boas oportunidades.

Apesar de sempre presente nas retóricas político-eleitorais e constar na relação de prioridades estabelecidas pela quase totalidade das administrações públicas, o Ensino Fundamental brasileiro há muito carece de políticas contínuas que efetivamente assegurem o acesso a todas as camadas da população, promovam a melhoria das condições estruturais e recursos pedagógicos e, principalmente, assegurem capacitação adequada e níveis salariais para manter e atrair professores de qualidade reconhecida.

Mais do que quitar uma dívida social com a população, o investimento maciço em projetos dirigidos à educação fundamental denotam a única estratégia capaz de garantir um futuro de crescimento econômico sustentável, por meio da formação de gerações preparadas para os novos desafios tecnológicos e dotadas com a capacidade de entender, cumprir deveres e exigir os plenos direitos de cidadania.

Há de se cobrar também propostas de aprimoramento das bases educacionais, se possível com o acréscimo de investimentos privados, para a ampliação da qualidade do ensino oferecido. É preciso reconhecer que políticas educacionais necessitam ser desenvolvidas em médio e longo prazos, não sendo portanto responsabilidade de um único governo, mas sim de toda uma nação que almeja progresso e justiça social.

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