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10 DE OUTUBRO DE 2013

Outubro rosa e azul

Por: Fernando De Maria

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Outubro é rosa. Mas poderia ser cinza, amarelo, verde, azul… diante da importância da reflexão sobre o assunto. A campanha iniciada em Nova Iorque na década de 90 ganhou o mundo como alerta às mulheres sobre o câncer de mama. No Brasil, o projeto é mais recente e tem despertado a atenção delas para a região do corpo mais atingida pela doença.Entre os homens, o câncer de pulmão é o mais frequente. 
Estudo publicado no ano passado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, baseado no registro de casos novos da doença em 2008 em 184 países, apontou que até 2030 o número de casos aumentará 75% em todo o mundo. E nos países mais pobres, 90%. De acordo com a projeção dos cientistas, em 2030, 22,2 milhões de pessoas deverão receber diagnóstico de câncer em todo o mundo (em 2008, foram 12,7 milhões de casos).
Saindo do global para o local, deve-se salientar que em 1970 a proporção de óbitos por neoplasias representava 9% do total de óbitos. Em 2010, este grupo foi a segunda maior causa de mortalidade, com 46 mil óbitos. Ou seja, praticamente um em cada cinco paulistanos morre de câncer.
Pesquisas mostram que a doença está em ascensão, mas graças aos avanços da Medicina o número de casos fatais têm diminuído. Mas a queda poderia ser maior. Para tanto, são necessários investimentos cada vez maiores para atender a demanda crescente, também em razão do próprio aumento da expectativa de vida. Quem tem melhores condições financeiras – seja com planos privados ou de forma particular – pode se tratar em hospitais de ponta. Quem depende do SUS, fica à mercê da sorte e corre  contra o tempo e a doença.
O estudo Diretrizes para a Atenção Oncológica do Estado de São Paulo – Contribuição para o Debate traz uma informação preocupante: levantamento  da Fundação Oncocentro de São Paulo sobre o parque radioterápico disponível para o SUS mostra que no Estado existiam 79 equipamentos para uma necessidade estimada de 172 – déficit de 93 (dados de 2010).
Neste cenário, certamente a Baixada Santista e o Vale do Ribeira são regiões bem esquecidas. Apenas quatro hospitais fazem atendimento quimioterápico pelo SUS: Santo Amaro, Guilherme Álvaro, Beneficência Portuguesa e Santa Casa de Santos. Em 2010, eles foram responsáveis por 1.177 cirurgias oncológicas, além de 1.714 atendimentos de radioterapia e 27.267 de quimio. 
A região de Bauru, que tem uma população numérica semelhante à Baixada, realizou quase cinco vezes mais cirurgias oncológicas, sem contar os demais tratamentos.
Por isso, a inauguração do Centro Oncológico do Hospital Guilherme Álvaro merece aplausos, mesmo que tardios e tímidos. São oferecidas 12 poltronas para quimioterapia, dois leitos, salas e consultórios. É pouco. 
A Baixada ocupa  a 7ª colocação de um total de 17 regiões no estado quanto aos óbitos da doença entre homens e a 3ª entre as mulheres. Precisamos de mais atenção, portanto.

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