Pagando o Pato | Boqnews
Mapa da Baixada Santista. Foto: Divulgação

Opiniões

29 DE MAIO DE 2020

Pagando o Pato

Por: Da Redação

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Apesar dos esforços dos prefeitos da Baixada Santista em pedir uma revisão na posição anunciada pelo governo do Estado, que classificou a região como zona vermelha no combate ao Covid-19 para iniciar a flexibilização das atividades econômicas, o intento não foi alcançado por ora.

Pagando o pato II

Assim, ao lado da Grande São Paulo – que foi dividida em cinco áreas, após reivindicação dos prefeitos – e Vale do Ribeira, a Baixada Santista terá a quarentena estendida por mais 15 dias, para desespero de comerciantes e empresários.

Pagando o pato III

Um dos motivos elencados pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholli, é a baixa capacidade proporcional de leitos hospitalares para atendimento de pacientes do Covid-19.

Problema crônico

Na realidade, esta situação decorre de um histórico problema metropolitano, antes mesmo do surgimento da pandemia. A Baixada Santista – assim como o Vale do Ribeira – sempre foram preteridas na oferta de leitos hospitalares, em especial de UTIs, como ocorre na atualidade. Sem novidades.

Ilha

A pandemia só expôs esta triste realidade. Santos, por exemplo, tem uma média de 4,01 leitos a cada 1000 habitantes e 2,01 em relação a leitos SUS. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza entre 3 a 5 leitos/mil moradores. Por sua vez, a vizinha São Vicente tem apenas 0,76 leitos em geral por mil habitantes, sendo 0,44 referentes a leitos SUS, conforme dados da Fundação Seade de 2019.

Disparate I

Para se ter ideia, a média regional de leitos é de 1,59, sendo 0,96 leitos SUS por 1000/habitantes. Entre as regiões metropolitanas, ficamos só à frente da RM de Campinas, que tem indicadores piores, com 1,49 leitos de internação em geral e 0,84 do SUS. A melhor situação ocorre na RM de Ribeirão Preto, com 2,43 leitos em geral, e 1,56 do SUS.

Disparate II

Ou seja, há uma terrível desigualdade na proporcionalidade de leitos, inclusive de UTIs, na região. Pagamos hoje pelo descaso que os governos federal e estadual tiveram ao longo de décadas em relação à Baixada Santista.

Só para lembrar

A situação poderia ser outra se a proposta do então ministro da Saúde, Arthur Chioro (governo Dilma Rousseff), que chegou a anunciar a construção de um hospital regional em São Vicente com capacidade para 400 leitos tivesse ocorrido. Na época, não faltaram críticas e a proposta acabou engavetada.

No aguardo

A expectativa é grande para ver se melhorou ou não a situação financeira tanto da Prodesan como da Cohab Santista, costumazes autarquias públicas deficitárias. Ambas prometem cumprir o prazo até o final de julho, de acordo com a MP 931/2020, que ampliou o prazo para a publicação de balanços.

Useiro e vezeiro

No caso da Cohab, são comuns as decisões contrárias à empresa definidas pelo Tribunal de Contas, que considerou irregulares as contas de 2012 e 2014 e, mais recentemente, de 2015. Na ocasião, o alto grau de endividamento a curto prazo havia subido 174%, saindo de R$ 12,3 milhões para R$ 33,8 milhões. E na liquidez imediata, para cada R$ 1 de dívida, ela não tinha um centavo para quitá-la.

Reforço no caixa

Em tempos de pandemia, o Instituto Oswaldo Cruz, que gere o Hospital dos Estivadores e está à frente do hospital Vitória para pacientes do Covid-19, ganhou injeção contratual de R$ 18,8 milhões.

Quem Responde?

Será..
que haverá uma trégua entre os políticos para que o Brasil possa voltar a ter paz?

 

“Se você acredita na liberdade de expressão, você acredita na liberdade para exprimir opiniões de que você não gosta.”

Noam Chomsky
linguista e filósofo norte-americano

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