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Opiniões

11 DE JULHO DE 2022

Palanques da superficialidade

Por: Humberto Challoub

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Praticamente definidas as candidaturas à Presidência da República, ao que tudo indica mais uma vez o debate sucessório não conseguirá transcender a polarização e, apesar do esforço em caracterizar posições antagônicas e divergências ideológicas, as propostas até aqui têm demonstrado similaridades de conceitos e proposituras, notadamente quando enfatizam a obviedade que tem caracterizado os discursos políticos: dar continuidade ao combate à fome e à pobreza, aos projetos de infraestrutura, à educação e à sustentabilidade necessária para assegurar o crescimento econômico com proteção ambiental.

No entanto, assim como ocorreu em outros pleitos, quando temas comportamentais e de valores morais sobrepujaram questões fundamentais para o futuro da Nação.

Discussões relevantes, como as referentes às reformas política e tributária, têm ficado à margem do processo por envolver posições e comprometimentos que, com certeza, não contam com a simpatia dos segmentos que continuam beneficiados com os atuais modelos em vigor.

Portanto, é de se esperar dos candidatos mais do que simples cartas de intenções ou prosopopeias ufanistas, mas a apresentação de planos de ações estruturados e balizados em garantias de viabilidade, de forma a conjugar os reais anseios da população com a efetiva capacidade de o País arcar com os investimentos para a realização dos projetos propostos.

O amadurecimento do processo democrático, a partir das experiências eleitorais realizadas até aqui, impõe aos partidos – e aos respectivos candidatos – maior empenho na tradução das ideias a serem apresentadas durante o período eleitoral.

Apesar de ainda encontrar eco em algumas faixas do eleitorado, especialmente as pertencentes às camadas mais pobres e com menor instrução, o discurso populista aos poucos tem dado lugar ao entendimento de que os avanços e a prosperidade almejados para o País não serão alcançados por milagres ou planos mirabolantes, pois servem somente para sustentar retóricas fáceis e superficiais.

Igualmente importante que o processo de debate político ora estabelecido se dê em um ambiente de proposituras, sem a utilização de estratégias que utilizam o denuncismo oportunista criado por dossiês forjados, acusações levianas e degeneração da imagem do opositor, que em nada contribuem para a solução dos principais problemas que afetam o povo brasileiro.

A conduta política, o caráter e o histórico de realização dos candidatos que se apresentam na disputa já são bem conhecidos.

Agora chegou a hora de saber de que forma eles pretendem colocar em prática o que vão prometer.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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