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03 DE MAIO DE 2012

Papo com… Babi Mendes

Por: Da Redação

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Babi Mendes é cantora de jazz, santista, que está concorrendo com seu 1º CD Short Stories, ao Prêmio da Música Brasileira, o maior prêmio para músicos brasileiros. Tem 31 anos, morou em Santos até os 17 anos, mudando para São Paulo para cursar Jornalismo na Cásper Líbero e letras na USP.


Atualmente mora em Brasília e é casada com um cientista político que toca bateria em um estúdio que montaram em casa. Herdou o talento dos avós e tios, pianistas e cantores líricos, além de sua mãe, que diz ser uma das mulheres mais afinadas que conhece. Uma santista musical super talentosa. Compositora e cantora de jazz, é presença garantida no 1º Santos Jazz Festival, que acontece de 14 a 17 de junho no Centro Histórico de Santos.


De onde vem essa bagagem musical?
A família da minha mãe é quase toda de músicos… meu avô era pianista, bisavó e avó também, além de ser compositora, tias e tios cantores líricos. E, minha mãe, é uma das mulheres mais afinadas que conheço.


E a paixão pela língua inglesa?
Sim, comecei a estudar inglês com nove anos, na Cultura Inglesa. Pedi para a minha mãe porque queria entender o que as pessoas cantavam nas músicas.


Como a língua inglesa entrou na sua vida artística? Você compõe somente em inglês?
Sempre ouvi muita música em inglês. Aliás, é difícil saber que paixão começou primeiro, a da música ou a do idioma. Ou se as coisas se misturaram. Desde muito pequena traduzia letras, transcrevia outras e sempre pesquisei muitas palavras em dicionários, depois a Internet ajudou muito. Componho em Português também.


Início do canto
Comecei a cantar com amigos da escola. Tocávamos em festivais de música, ensaiávamos nas casas uns dos outros, era muito legal. Comecei na escola e nunca mais parei. Estava sempre envolvida com alguma banda, ou tocando em algum lugar com amigos que tocavam violão.


E o gosto pelo jazz?
Na verdade, o jazz veio naturalmente, pois sempre foi meu gênero favorito. Cantava de tudo, mas gostava mesmo de pesquisar e estudar as cantoras/cantores e compositores de jazz.


Seu primeiro trabalho profissional
Acredito que tenha sido em 2006, com o Maurício Fernandes (sax,) que me convidou para cantar com um quinteto standards de jazz (canções clássicas). Ali percebi que era o gênero em que eu poderia me especializar.


Lugares que tocou em Santos. Sempre cantou jazz?
Em praticamente todos os lugares. No Sesc Santos, Black Jaw, Catalina, Studio Rock, Cheers Pub, Teatro Municipal, Ao Café. Na adolescência, cantava de tudo, mas depois de 2006 passei a focar no jazz, blues e bossa nova.


Quais dificuldades existem para os músicos em Santos?
Estou um pouco por fora da cena local. Porém, vejo muita gente boa trabalhando bastante. Acho que as pessoas estão cada vez mais abertas a novas propostas. E acho que é uma cidade grande o bastante para ter público para vários gêneros.


Uma casa tipo o Madeleine, de São Paulo, daria certo em Santos?
Acredito que sim. O legal do Madeleine é que não só a agenda cultural é interessante, mas o lugar e a comida também são fantásticos. Acredito que exista este público específico em Santos sim.


Como vê esse tipo de música (pagode, sertanejo universitário..) dominando o gosto dos jovens? É um quadro desanimador para os músicos ou existe uma luz no fim do túnel?
Particularmente não me agrada. Pessoalmente não são gêneros que consumo, pois não me emocionam nem um pouco. Acho tudo muito igual, pasteurizado, sem criatividade. Mas são modismos. Acho que é fácil diferenciar movimentos artísticos de fenômenos de venda. É um mercado que movimenta muito dinheiro. Não vejo o fim disso, mas a renovação. Cada hora uma nova moda. Vejo a luz no fim do túnel quando descubro um novo artista interessante fazendo música de verdade, e volta e meia, encontro alguém interessante. Normalmente, não são pessoas do mainstream, mas acho que hoje, na cena independente, todo mundo acha o seu lugar.


O que falta para disseminar mais o jazz ou a música de qualidade?
Na verdade, o jazz está aí, desde o início do século XX, influenciando inúmeros outros gêneros. Mantém-se ao longo da história, sobreviveu a diversas rupturas e, no Brasil, permanece distante das pessoas por parecer uma música difícil e elitizada. Mas na verdade, todo mundo já foi exposto a esse tipo de música. Volta e meia artistas contemporâneos de jazz, tocam em trilhas de filmes e novelas – e todo esse distanciamento não faz o menor sentido. Na verdade, iniciativas como festivais a preços mais acessíveis e talvez uma abertura maior para o gênero na televisão, de um modo geral, podem, sim, popularizar o gênero no Brasil.


Quem na atualidade dentro da música brasileira considera um grande talento, seja como cantor, como músico ou como compositor?
Chico Pinheiro sempre faz um trabalho de altíssimo nível. Ele se mantém como um grande talento. Também gostei muito de um projeto novo chamado 5 a Seco, principalmente pelas composições. Todos são muito talentosos. Mas existem vários nomes legais por aí: Vinicius Castro, Phillip Long…


O que ouve em seu iPod ?
Meu iPod é uma bagunça pois tem Cartola, trilhas de musicais da Broadway, songbooks da Ella Fitzgerald e AC/DC! Gosto de muita coisa diferente e consumo muita música.


Que shows marcantes já assistiu e quais gostaria de assistir?
Amo shows! Ao vivo, a mágica acontece! Os shows mais marcantes que vi foram o do BB King (2005), Diana Krall (2008), Paul McCartney (SP e Rio), John Pizarelli (Bourbon e Coliseu), Jane Monheit (Bourbon Street), DeeDee Bridgewater (Sesc).
 
Como aconteceram essas suas composições? E por que em inglês?
No disco existem composições que vão de 2002 a 2010. Isto é, dos meus 22 aos 30 anos. Tenho escritos anteriores a isso, mas não foram gravados ainda. E nem sei se serão. Escrever em inglês sempre foi muito natural. E na verdade, a canção surge de uma ideia que me leva a pensar em um andamento ou gênero. Deixo vir o que me soa mais natural ,por exemplo, se a ideia é um blues, a letra pode vir em inglês. Mas não é uma regra, deixo a criatividade fluir.


O CD Short Stories
Resolvi gravar no final de 2010. Em 2009 fui para SP estudar canto lírico e teatro musical. Voltei a respirar música 24 horas por dia, daí a ideia de juntar minhas músicas e gravá-las. Levei-as ao Flávio Medeiros (produtor e pianista) e ele topou fazer a produção musical. Os arranjos são meus, do meu parceiro de composição, o guitarrista Pedro Ramos, e do próprio Flávio. No entanto, por ser jazz, quando fomos gravar todos os músicos contribuíram de alguma forma com os arranjos. E essa troca é o que faz o trabalho valer a pena.


Críticas e premiações
O disco recebeu críticas maravilhosas, entre elas a do jornalista Luís Nassif, recentemente, que foi um dos retornos mais legais que tive. Muitas pessoas seguem meu trabalho pelas redes sociais e recentemente descobri que o disco foi pré-selecionado pra o Premio da Música Brasileira, o maior prêmio para os músicos daqui. Tem sido maravilhoso trabalhar com o disco e descobrir que tanta gente, em tantas cidades do Brasil, curtem o trabalho.


Carreira
Estou muito comprometida com a minha carreira. Indo e vindo de Brasília quantas vezes precisar justamente por ter total apoio e incentivo do Márcio. Faço shows em SP, na maioria das vezes, e às vezes tenho que ir ao Rio. Gravei dois programas de TV no ano passado: o Perdas e Ganhos (GNT) e o Experimente (Multishow) e fiz também o Cesta de Música na Rádio CBN em SP. Mas adoro o ir e vir!


Seus próximos projetos
Santos Jazz Festival! Dia 16 de junho estaremos lá com o show do Short Stories, além de clássicos do jazz. Estou escrevendo um projeto para cantar composições de George Gershwin que poderá viajar pelo Brasil de junho até agosto. Em setembro parto para os Estados Unidos (Los Angeles) para trabalhar o disco por lá.


Umas & Outras


Fé na saúde
A Igreja Universal do Reino de Deus está construindo um hospital em São Paulo na antiga sede da Record, emissora do grupo, próximo ao aeroporto de Congonhas, e deve lançar um plano de saúde, ampliando sua diversificada gama de negócios. Os equipamentos de última geração serão o diferencial do hospital e os cultos se tornarão o principal canal de comunicação para o novo negócio da Universal, que conta com cerca de 15 milhões de fiéis. Uma próspera e fiel base de clientes.


Cobiçada
A Delta é uma das empreiteiras com mais contratos de obras públicas. Envolvida até o pescoço com Carlinhos Cachoeira, está sendo alvo de compradores que  já teriam  oferecido propostas em torno de R$ 1 bilhão. Fernando Cavendish, dono da empreiteira, não descarta a venda (Fonte: Exame). Ainda deve se dar bem. Quanta generosidade…


Denúncias
Empresas como a LG, Samsung, Hyundai, Foxconn e Toyota estão sendo denunciadas por seus funcionários no Brasil. Eles dizem ser vítimas de maus tratos, como berros, tapas e jornadas de até 15 horas para atingirem as metas de produção. Segundo Catarina Von Zuben, procuradora do Ministério Público do Trabalho, responsável por fiscalizar cerca de 600 municípios do interior de São Paulo, região onde está instalada a maior parte delas, “nunca houve tantas denúncias contra empresas asiáticas”.



Olimpíadas
Os judocas Leandro Guilheiro, Mariana Silva, Maria Suellen Altheman e Bruno Mendonça representarão a Baixada Santista nos Jogos de Londres.



Lançamento
Laura Muller, psicóloga e sexóloga, autora de vários livros e participante do programa dirigido aos jovens Altas Horas, do Serginho Groisman, vem a Santos autografar o seu mais recente livro Altos Papos Sobre Sexo. No sábado (5), das 18 às 20 horas, no restaurante Spazino D’Itália, no Shopping Parque Balneário.

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