Artista plástico, especialista em xilogravura, arte que consiste na gravação de um desenho na madeira e a impressão desse desenho no papel. Santista, 33 anos, casado e pai de uma menina de um ano. Talento que vem despontando nos cenários brasileiro e internacional, com trabalhos realizados no Canadá, França e outros países. Desde criança lia gibis, desenhava e criava suas histórias. Cursou dois anos de publicidade na Universidade Metodista, mas logo sentiu que sua vocação estava nas artes. Foi na FAAP, em São Paulo, que começou sua criação poética quando, junto com alguns colegas de faculdade, montou o Espaço Coringa um ateliê coletivo na Vila Madalena que existiu até o ano passado. Entretanto, é em Santos que está tentando transformar o Valongo, no centro histórico, em um espaço fomentador de arte. Fabrício pode ser definido com um poeta das artes visuais.
Xilogravura
Entalhamos na madeira a figura ou forma (matriz) que pretendemos imprimir. Em seguida usamos um rolo de borracha embebecida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo no papel, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Originou-se na China no século VIII. No começo era tida como reprodução, mas no século XX ganhou sua própria arte.
Espaço Coringa
Foi um ateliê coletivo criado com outros colegas de faculdade. No início funcionou no bairro do Cambuci, posteriormente na Vila Madalena. Mostras, vídeos, aulas, intercâmbios e residências artísticas, além de publicações, eram algumas atividades do espaço, que durou até o ano passado.
Estúdio Valongo
É o espaço coletivo que pretendo implantar no Valongo, onde já tenho meu ateliê. Com mais quatro artistas alugamos um espaço em frente ao meu, cujo objetivo é a produção, difusão e formação em artes visuais. Queremos também formar um acervo de artistas consagrados e iniciantes. Deve ser inaugurado em abril.
Valongo
Um bairro que precisa decidir sua vocação. Casa da Frontaria Azulejada, Igreja do Valongo e o futuro Museu Pelé. Mas qual é a realidade do entorno? Carretas, carretas e muitas carretas que tomam conta das ruas, abalam as edificações e tornam impossível o acesso e a transformação do local em um espaço com galerias, estúdios e artistas que fomentem a arte.
Arte transformadora
Sou professor no Instituto Acaia, que trabalha com a comunidade ao redor do Ceasa, em São Paulo, duas vezes por semana. Coordeno o ateliê de artes e também uma tipografia que ensina vários ofícios aos jovens da comunidade. Um trabalho que tem contribuído para a melhoria da condição de vida da comunidade.
Sua temática
Trabalho com uma coletânea de informações: figuras humanas, animais, barco e elementos arquitetônicos. Tudo isso para criar uma imagem que tem conflito interior, drama. Faço uma pesquisa poética.
Exposições
Participei de várias exposições coletivas e algumas individuais em São Paulo, no Centro Cultual São Paulo, em uma galeria e na Estação Pinacoteca, na qual nunca havia sido realizada a exposição de um artista jovem. A exposição chamada Valongo tinha quatro estampas de 2,20 x 4,80 e outras de 2,20 x 1,60. Foi um marco na minha carreira.
Santos plasticamente
A vista do morro do Pacheco, no Valongo e a do porto.
Projetos
Em março, farei uma exposição no Rio de Janeiro. Em abril, pretendo inaugurar o Estúdio Valongo. Em maio, farei uma exposição com um artista pernambucano, em São Paulo. Em junho, farei uma residência artística de seis semanas em Valparaíso, no Chile. Estou fazendo também uma tiragem de 118 impressões para o clube da gravura do MAM.
Umas & Outras
UNIVERSITÁRIOS?
Não é possível que nenhuma medida jurídica seja tomada em relação a esses trotes universitários violentos. Todos os anos nos deparamos com as recorrentes notícias sobre as selvagerias causadas pelos veteranos aos bichos. E não me refiro somente à violência praticada, mas também a esses pedágios idiotas a que são submetidos os calouros, além de incomodar os motoristas. Será que os eufóricos e felizes universitários iniciantes só podem aparecer na faculdade uma semana após o início das aulas, o que não é uma garantia de não serem pegos, ou será que já não está mais do que na hora de ser criado um projeto de lei ou algo equivalente que acabe definitivamente com essa prática abominável?
QUANDO O…
Prefeito Papa diz que a saúde está à beira do colapso, tem toda a razão. O complicado é que essa afirmação é verdadeira há muito tempo. Entretanto, por que somente agora as autoridades do setor resolveram se reunir? Por que só agora um prefeito fala abertamente sobre o problema? Temos órgãos metropolitanos, boa relação com os governos estadual e federal, recursos para a saúde, e para quê?
AINDA A SAÚDE…
Autoridades há anos repetem as mesmas desculpas: Santos diz que recebe pacientes das cidades vizinhas, por isso não agüenta a demanda. E todos tentam explicar o inexplicável como a falta de médicos nos hospitais, a falta de leitos ou culpam o inesperado surto da dengue. Tudo isso continua acontecendo porque as medidas efetivas, pensadas em conjunto e com planejamento nunca acontecem. Ou, talvez, porque nenhum dos responsáveis tenha perdido um ente querido em razão de uma doença que já deveria estar ao menos bem controlada ou por negligência no atendimento médico-hospitalar. Revoltante.
POR OUTRO LADO
Santos dá um bom exemplo de como é possível resolver um problema de décadas. Estou falando do problema das enchentes na Zona Noroeste, que finalmente deverá ser resolvido. Em um mega-projeto que envolveu o Banco Mundial, a prefeitura conseguiu recursos para as obras, cujo maior objetivo é acabar com um problema crônico para a volumosa população da região. Isso prova que quando existe interesse, o que parecia impossível se concretiza. Muito bom!
Deixe um comentário