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Opiniões

17 DE JUNHO DE 2017

Pedras no caminho

Por: Fernando De Maria

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Depois da questionável decisão do TSE – Tribunal Superior Eleitoral, que não acatou a cassação da chapa Dilma -Temer, o curto período de sossego do chefe da República está com os dias contados.

O procurador Geral, Rodrigo Janot, prepara um amplo dossiê para impedir que o presidente Michel Temer tenha sossego no cargo. Janot corre contra o tempo, pois seu mandato se encerra em setembro. Mas promete não dar paz ao presidente que tenta se agarrar a todos os fios de esperança para se manter incólume na função.

Procuradores informam que não baixarão a guarda. O grupo estuda entregar ao Supremo Tribunal Federal um segundo pedido de ação penal contra o presidente antes mesmo da Câmara Federal decidir pela aceitação ou não da queixa inicial, a qual o sempre prestativo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, quer agilizar a votação, abrindo mão até do recesso parlamentar em julho, aproveitando a maioria governista que Temer conta na Casa neste momento.

No ar, o temor que novas denúncias e delações – como as do doleiro Lúcio Funaro e do ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures, ambos presos, sem contar o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que até agora se mantém duro como uma rocha e nega abrir a boca em relação ao presidente – possam provocar um tsunami político, a ponto de termos um segundo impeachment em pouco mais de um ano.
Segundo procuradores, com o que existe na atualidade já é possível atribuir ao menos três crimes a Temer: corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça. Ainda há a possibilidade de inclusão de uma quarta acusação: lavagem de dinheiro, caso fiquem comprovados os repasses financeiros ao ex-assessor do presidente, o coronel João Baptista Lima Filho.

Como toda ação há uma reação, o Planalto ataca uma ofensiva contra Janot e o ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin. Apesar das negativas, o governo teria acionado até o serviço secreto da Abin – Agência Brasileira de Inteligência para bisbilhotar a vida de ambos e encontrar pontos fracos que possam ajudar a desmerecer o trabalho da dupla. A guerra está declarada, portanto.

Apesar da negativa, um exército de apoiadores de Temer na Câmara sinaliza com questionamentos a Janot e Fachin fazendo o papel de inquisidores para enfraquecer as possíveis evidências contra o presidente.

Fica claro, portanto, que o governo corre contra o tempo para se distanciar das denúncias possíveis para evitar seu enfraquecimento no Congresso e evitar, por ironia do destino, o mesmo caminho traçado pela sua antecessora, a qual Temer contribuiu decisivamente para sua queda.

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