Percentuais do passado | Boqnews

Opiniões

06 DE SETEMBRO DE 2014

Percentuais do passado

Por: Fernando De Maria

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Os números apresentados pela primeira pesquisa eleitoral realizada na Baixada Santista e promovida pelo jornal Boqnews em parceria com a Enfoque Comunicação, cujos resultados estão publicados nesta edição, sintetizam o atual cenário eleitoral nacional. 

É claro que o levantamento tem âmbito regional, mas é possível analisar o impacto – faltando pouco menos de um mês do pleito – provocado pelos resultados da atualidade e que refletem o atual estágio das candidaturas e o humor do eleitorado.

Está claro que os ventos empurram cada vez mais Marina Silva (PSB) para o alto. E não será surpresa se, mantido este ritmo, ela chegar em primeiro lugar quando as urnas – ainda no primeiro turno – forem abertas. Neste cenário, a vitória será praticamente certa, salvo se houver uma hecatombe política.

Seu crescimento meteórico não surpreende e é reflexo do atual cenário político, que sofreu profunda alteração com a tragédia envolvendo o presidenciável Eduardo Campos. Sua candidatura, que seria uma alternativa mais robusta para 2018, foi substituída por Marina, até então coadjuvante no papel de vice.

Quis o destino que ela estivesse novamente à frente da disputa e aproveitasse o momento de forte oposição ao governo petista, saindo do patamar de terceira via para alcançar um lugar de destaque no pódio, fazendo o real papel da oposição, algo que o PSDB, de Aécio Neves, caminhava com naturalidade, mas foi atropelado pelas novas circunstâncias.

Para entender esta nova realidade não se pode descartar o passado recente. Afinal, Marina obteve nas eleições presidenciais de 2010, 19,6 milhões de votos (19,33% do total), dentro do minúsculo PV. Dilma Rousseff, inflada pelo carisma do ex-presidente Lula, que investiu todas as fichas na ‘mãe do PAC’, atingiu 47,6 milhões (46,91%) de votos e José Serra, 33 milhões (32,61% do total). Marina não foi para o segundo turno e se desligou do pleito abrindo mão dos apoios.

Na Baixada Santista, que representa 4% do eleitorado paulista, Marina conquistou 220.852 votos, ou 23,7% do total naquela eleição. Dilma Rousseff recebeu 350.187 (37,5%) e José Serra, 346.198 (37,1%), diferença de 3.989 sufrágios que separaram os dois entre a preferência dos eleitores da Baixada Santista. Um perfeito equilíbrio.

Serra venceu em Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande e Santos, onde obteve a maior diferença percentual de votos, totalizando 39.164 sufrágios a mais que Dilma Rousseff. Foi em Santos, aliás, que Marina obteve sua melhor performance regional, obtendo 25,58% dos votos válidos, ou seja, 65.395, 8.286 a menos que Dilma Rousseff, vencedora em Guarujá, São Vicente, Cubatão e Bertioga, aliás, esta última de forma apertada.

Portanto, este cenário poderá se repetir nas cidades da região, tendo Marina Silva agora a principal candidata de oposição, deixando de ser a terceira via para se tornar a opção real quebrando a relação dicotômica PT-PSDB que existe há décadas.

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