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06 DE MAIO DE 2011

Pirâmide demográfica

Por: Fernando De Maria

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Os últimos números divulgados pelo IBGE do Censo 2010 (ainda não tão detalhados, como a distribuição populacional pelos bairros, mas úteis para entender as mudanças demográficas registradas pela população brasileira na última década) revelam que o País está envelhecendo e que o futuro – tão propalado no passado – é hoje.


Neste contexto, Santos avança em uma velocidade maior que o próprio País e já atinge níveis demográficos presentes em nações europeias. Enquanto 11% da população brasileira já tem mais de 60 anos, a Cidade conta com 19,4% de moradores. Ou seja, um em cada cinco santistas já atingiu esta faixa etária. Há uma década, era 15,2% da população.


Em números absolutos, o Município ganhou 15.412 pessoas com mais de 60 anos ao longo da última década. A qualidade de vida e os atrativos oferecidos pela Cidade, sem dúvida, contribuem para este crescimento, maior que a média.


Por exemplo, nos anos 2000, a Cidade tinha 43.894 residentes entre 50 e 59 anos. Dez anos depois, eles são 38.853 santistas, uma queda, portanto. Porém, entre aqueles com idade superior a 70 anos (algo cada vez mais comum em razão do aumento da expectativa de vida), houve um sensível crescimento, importado, aliás.


Em 2000, eles representavam 34.491 moradores. Hoje, são 41.560, um aumento de 20,5% em apenas dez anos.


Do lado oposto da pirâmide, a base sofre cada vez mais erosão. A faixa etária entre 0 e 9 anos, que representava 12,5% da população em 2000, hoje corresponde a 10,5%. Em números absolutos, foram 8.478 nascimentos a menos que na década anterior.


Os dados do IBGE também mostram que a faixa etária entre 20 e 29 anos é a mais populosa da Cidade – como na década passada -, com 15,2% dos moradores (antes, ela repre-sentava 16,4% da população).


Como a faixa anterior (10 a 19 anos) descresceu mais significativamente (representava 15,8% da população em 2000 e 12,9% hoje, uma diferença negativa de 12 mil moradores), no próximo Censo certamente a faixa etária mais numerosa será a existente entre 30 e 39 anos.


Diante deste quadro, fica claro que os dados do IBGE são importantes para traçar e redirecionar políticas públicas que atendam a demanda dentro do novo panorama local, com maiores investimentos no atendimento à população da terceira idade e da faixa intermediária.


Não acredito, no entanto, que esta tendência demográfica se altere ao longo desta década em razão dos propalados investimentos decorrentes do pré-sal. O desafio dos governantes será o de criar condições para preparar a Cidade de olho na década recém-iniciada, respeitando a tendência atual para antever o futuro.

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