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Opiniões

21 DE JUNHO DE 2014

Processo de recuperação

Por: Fernando De Maria

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O local foi descoberto no século 16, graças aos colonizadores genoveses José e Francisco Adorno, responsáveis pela construção do Engenho de São João, nas proximidades do Morro São Bento, e proprietários de terras que chegavam até à Rua Antonio Prado, via limítrofe ao cais.

Eles começaram a chamar esta via de Camino que va al longo. Os portugueses, por sua vez, traduziram a frase para Caminho que vai ao longo, ou seja, ao longo do mar, do estuário.

Com o tempo as palavras foram se juntando e assim nasceu o nome do Bairro do Valongo, palavra, aliás, que também existe no Rio de Janeiro, graças à influência de José Adorno, que teria fundado naquela cidade um bairro com o mesmo nome por apresentar características geográficas semelhantes ao núcleo santista, como destaca o historiador Francisco Martins dos Santos, em sua obra História de Santos.

O bairro é um dos mais antigos da Cidade. E se antes a nobreza ali se estabelecia em razão da ocupação pelos moradores da região central, aos poucos o outro lado da ilha começou a ser explorado, comercialmente e como moradia, deixando para trás os casarões e a pobreza nos bairros outrora nobres.

É lá onde se encontra o Santuário do Valongo, cuja primeira pedra assentada data de 1640. O local está renascendo assim como o bairro. Frei Rozântimo, que no passado enfrentou os problemas provocados pelo tráfego de caminhões em frente ao patrimônio, responsáveis em danificar a estrutura da igreja, está de volta ao local e vê o quanto o bairro tem se transformado desde sua primeira chegada nos anos 90.

Problemas, aliás, ainda existem. Pobreza, presença de usuários de drogas, imóveis abandonados, riscos de assaltos são uma realidade, mas em uma escala bem menor que antes. Fruto das recuperações iniciadas há alguns anos.
Por exemplo, a antiga estação de trem, recuperada e que hoje abriga a Secretaria de Turismo, além do restaurante-escola bistrô, iniciativa elogiável que permite dar oportunidades a jovens carentes em busca de espaço no mercado de trabalho.

A inauguração do Museu Pelé ocorrida na última semana é a cereja do bolo para a transformação definitiva do local. Com o advento crescente de turistas brasileiros e estrangeiros, o local tende a se tornar um dos principais pontos turísticos do País.

Além deste aspecto, o bairro ganhará em breve a primeira (das três previstas) torre de negócios da Petrobras, duas edificações corporativas e um hotel , atraindo um novo público.

Por isso, as condições estão melhorando para que a iniciativa privada invista no bairro, seja em novos negócios, seja na recuperação de imóveis, cujas fachadas demonstram total abandono, deixando uma imagem negativa para quem visita a região.

Na esfera pública, é importante garantir segurança, mobilidade e estrutura para a transformação real do local. Se todas as promessas das autoridades saírem do papel (VLT, mergulhão, transformação dos abandonados armazéns do porto em restaurantes e galerias), o Valongo será um dos bairros mais badalados da Cidade nas próximas décadas. É o que se espera.

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