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11 DE SETEMBRO DE 2023

Reajamos à produção científica

Por: Da Redação

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Pela primeira vez, desde 1996, a produção científica do Brasil caiu.

A redução implicou em 7,4% de perda em 2022, em comparação com 2021.

É o pior índice entre 51 países analisados e equivale ao da Ucrânia, que enfrentou uma guerra no ano passado.

Quem divulgou os dados foi a Agência Bori, um serviço que conecta a imprensa e a ciência brasileira e pela Elsevier, editora de publicações científicos.

A base de dados foi fornecida pela Scopus, com acesso à totalidade dos artigos publicados.

O estranhável é que nunca antes, desde o início da apuração da produção científica mundial, o Brasil registrara queda.

Em 2020, primeiro ano da pandemia, foram publicados 77 mil artigos. Um ano depois, 80 mil e em 2022, 74 mil. Antes disso, todos os anos havia um acréscimo, embora não fosse muito expressivo.

Somente a pandemia não explica a queda nas publicações.

Mais relevante é a falta de financiamento que a ciência brasileira enfrentou nos últimos anos.

Não se faz pesquisa sem dinheiro.

Esse é um aviso para todos os brasileiros interessados em recuperar o tempo perdido.

A ciência de que o Brasil necessita é aquela vinculada às ciências duras: física, química, biologia.

Existe uma superprodução de dissertações e teses na área das ciências humanas.

Todavia, elas permanecem na esfera meramente teórica.

Pouco ajudam a desenvolver ideias criativas, engenhosas, que mudem a realidade. E isso é urgente.

Há muita coisa que o direito pode solucionar, se deixar a excessiva preocupação com a forma, com aquilo que já se conhece e de cujo espaço restrito não se consegue sair.

O direito precisa se abrir para a economia, para a sociologia, para a filosofia e também para demais ciências, sobretudo aquelas utilizadas pelos verdadeiros “donos” do pensamento contemporâneo, os detentores das tecnologias da informação e da comunicação.

A sociedade tem pressa e quer eficiência.

Essa deve ser a preocupação daqueles que pretendem dotar o País de um sistema Justiça que funcione e que cumpra com sua missão de solucionar conflitos e de reduzir as desigualdades sociais.

Algo que o formalismo, a burocracia, as pompas e circunstâncias costumam deixar de lado.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras.

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